Educação quer acabar com diferenças nas escolas

Fortalecimento da cidadania e respeito à dignidade humana. Compreendendo que esses princípios são essenciais à construção da educação democrática, pacífica e justa, a Secretaria Executiva de Educação desenvolverá mais uma iniciativa em busca do respeito às diferenças na escola. Desta vez, o projeto tem como foco o combate à intolerância com relação à opção sexual.

Vinculado ao programa “Brasil sem Homofobia”, desenvolvido pelo governo federal, o projeto “Vivendo e Convivendo com as Diferenças – Não à Homofobia” tem como meta atingir 1.466 profissionais da educação, entre professores de diversas disciplinas do ensino fundamental de 5ª a 8ª série, do ensino médio, de jovens e adultos, e funcionários administrativos como agentes, merendeiras e vigias.

“Nosso objetivo é implantar uma proposta de formação continuada para profissionais da educação, que aborde temáticas diretamente relacionadas à orientação sexual, identidade de gênero e inclusão social”, destaca a coordenadora de Desenvolvimento dos Profissionais da Educação, Valéria Barros. A expectativa é que a partir das discussões os profissionais se tornem agentes multiplicadores da política de respeito às diferenças.

Segundo a gerente do Programa de Formação Continuada de Professores, Severina Martyr, a secretaria aguarda apenas o aval do MEC no que diz respeito aos recursos financeiros para iniciar o projeto. A idéia partiu de um documento enviado pelo Ministério, informando a disponibilidade de recursos para projetos que tenham como foco o combate à homofobia.

“Infelizmente, não podemos iniciar as atividades sem a resposta do MEC, já que o projeto não estava previsto no orçamento da secretaria para este ano”, explica Valéria, ressaltando que há um grande interesse por parte das instituições em desenvolvê-lo. “Procuramos apoio em ONGs, projetos das secretarias executiva de Educação e Especializada de Defesa e Proteção das Minorias e tivemos grande receptividade”, comenta a coordenadora.

Atuação – Os participantes – seis pessoas indicadas por cada escola estadual – terão acesso a diversas atividades, que acontecerão em cada Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Doze municípios foram selecionados para participar: Maceió, Marechal Deodoro, Barra de Santo Antônio, Paripueira, Rio Largo, Pilar, Messias, Joaquim Gomes, Novo Lino, Coqueiro Seco, Satuba e Santa Luzia do Norte.

A seleção dos municípios se deu de acordo com os índices de intolerância. A referência foi o livro “Além do Arco-íris: perfil, diversidade sexual e mobilização social em Alagoas”, de Júlio Daniel Farias. O projeto será dividido em duas etapas de 40 horas cada.

Na primeira etapa haverá palestras, mesas-redondas e mini-cursos. Além disso, a segunda contará com oficinas de artes cênicas e atividades artísticas e culturais, como cinema e teatro. “O projeto é novo, mas a Secretaria de Educação já tem ações de promoção de respeito às diferenças”, destaca Severina.

Apesar de não haver um estudo específico sobre a homofobia nas escolas públicas de Alagoas, dados da Unesco mostram a intolerância no Brasil: 60% dos educadores entrevistados possuem comportamento homofóbico em sala de aula. “A escola reflete o que está presente na realidade do país”, acredita Severina.

Fonte: Secom

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