Sequer ou nem sequer?

Um dos indícios para a CPI desconfiar da versão dos empréstimos é que eles sequer estavam registrados na contabilidade da SMPB, a agência de propaganda que Valério usou para obter o crédito.

O trecho acima foi extraído de uma das várias notícias relativas às investigações que vêm sendo feitas sobre a origem do dinheiro do caixa dois da campanha petista. A nota quer dizer que o motivo da desconfiança da CPI sobre a tal versão dos empréstimos que teriam sido feitos por Marcos Valério é o fato de eles não estarem registrados na contabilidade da agência SMPB.
A construção escolhida pelo redator pode, entretanto, levar a uma interpretação diversa dessa. Isso porque a palavra “sequer” não tem valor negativo. “Sequer” significa “ao menos”. Assim: “Ela teria vencido a prova se tivesse tido sequer [ao menos] um pouco de sorte”.
Observe, entretanto, que, em frases que já contêm um advérbio de negação, não é necessário acrescentar o “nem”. Assim:”Ela não fez sequer menção a esse assunto”.
No fragmento selecionado hoje, para adquirir o pretendido sentido negativo, o termo deveria ser antecedido da palavra “nem”.

Veja, abaixo, a reformulação do trecho escolhido:

Um dos indícios para a CPI desconfiar da versão dos empréstimos é que eles nem sequer estavam registrados na contabilidade da SMPB, a agência de propaganda que Valério usou para obter o crédito.

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