Um mês e cinco dias após terem suas casas destruídas por determinação judicial, as 35 famílias expulsas do Jardim Petropólis retornaram hoje de madrugada para ao mesmo local, que fica próxima a postes de alta tensão da Ceal (Companhia Energética de Alagoas), que pediu a reintegração de posse da área. Os moradores reclamam das péssimas condições de higiene do galpão onde foram alojados pela prefeitura.
Na tarde de hoje, eles trabalhavam na construção de um galpão de madeirite com divisórias, que fica próximo às suas casas destruídas. “A prefeitura prometeu comprar um terreno para construir casas pra gente, mas até agora nada”, reclamou o morador Janildo Rafael da Silva, que comandou a reocupação da área.
“Prometeram também nos dar feira, gás e remédios para nossos filhos, mas nada disso aconteceu; por isso resolvemos voltar para cá, porque o local onde a gente estava era imundo”, disse a dona de casa Francisca Nilse Alves, contando que um dos seus oito filhos só vivia doente por conta das péssimas condições de higiene do galpão.
Por enquanto, as famílias não pretendem construir novos barracos, com medo de que a Justiça determine a demolição . “Esses cômodos vão evitar que a gente fique no relento”, afirmou Janildo da Silva, que investiu toda a sua economia proveniente da venda de uma moto para construir sua casa, que depois foi derrubada.
Procurado hoje à tarde pela reportagem do Alagoas24horas, o coronel Adilson Bispo, do Centro de Gerenciamento de Crise e Direitos Humanos da PM – que intermediou o cumprimento do mandado de reintegração de posse – disse estar surpreso com o retorno das famílias ao local de onde foram despejadas.
“Se isso existiu é porque a prefeitura e a Ceal não tomaram as providências necessárias, deixando de cumprir o acordo com os moradores”, comentou.