O protesto do bispo Luiz Flávio Cappio, em greve de fome há 11 dias porque é contra o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco para abastecer o chamado Nordeste Setentrional, repercute externamente – mais de 30 jornais no mundo inteiro publicaram a matéria com a foto do bispo; mas, para o governo Lula, a chance de suspender definitivamente o projeto é nula.
O projeto da transposição para abastecer os sertões do Ceará, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e Pernambuco é a condição sine qua non para os empresários do agronegócio investirem na região.
A idéia de levar água do São Francisco para o chamado Nordeste Setentrional data da época do Império, mas, hoje, atende diretamente ao interesse político do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que é candidato ao governo do Ceará em 2006.
PIONEIRO
Frade da Ordem dos Franciscanos Menores (OFM), italiano e há mais de 25 anos vivendo no Brasil, o bispo Luiz Cappio é o primeiro religioso a se levantar contra a degradação do Rio São Francisco, cobrando do governo a recuperação das margens, com a reposição das matas ciliares, e, mais tarde, insurgindo-se contra o projeto da transposição.
Ex-pároco de Barra, município baiano na margem do rio, o bispo liderou a comitiva que fez o percurso Juazeiro-BA a Pirapora-MG para denunciar a devastação na antiga rota que ligava o sertão ao centro-sul.
O bispo pede para o governo suspender definitivamente o projeto, senão continuará em greve de fome. Os defensores da transposição alegam que o projeto não vai alterar a vazão do rio, que atualmente é de 2,8 mil metros cúbicos por segundo; asseguram que dos 700 metros cúbicos por segundo disponíveis, após o atendimento das necessidades para geração de energia elétrica, o projeto da transposição vai consumir no máximo 50 metros cúbicos por segundo.
O bispo reage; ele diz que o rio não pode ser doador de água e defende a recuperação dos afluentes, principalmente em Minas Gerais e na Bahia, onde se concentra os afluentes mais caudalosos.
Leia Também
Frade da Ordem dos Franciscanos Menores (OFM), italiano e há mais de 25 anos vivendo no Brasil, o bispo Luiz Cappio é o primeiro religioso a se levantar contra a degradação do Rio São Francisco, cobrando do governo a recuperação das margens, com a reposição das matas ciliares, e, mais tarde, insurgindo-se contra o projeto da transposição.
Ex-pároco de Barra, município baiano na margem do rio, o bispo liderou a comitiva que fez o percurso Juazeiro-BA a Pirapora-MG para denunciar a devastação na antiga rota que ligava o sertão ao centro-sul.
O bispo pede para o governo suspender definitivamente o projeto, senão continuará em greve de fome. Os defensores da transposição alegam que o projeto não vai alterar a vazão do rio, que atualmente é de 2,8 mil metros cúbicos por segundo; asseguram que dos 700 metros cúbicos por segundo disponíveis, após o atendimento das necessidades para geração de energia elétrica, o projeto da transposição vai consumir no máximo 50 metros cúbicos por segundo.
O bispo reage; ele diz que o rio não pode ser doador de água e defende a recuperação dos afluentes, principalmente em Minas Gerais e na Bahia, onde se concentra os afluentes mais caudalosos.