A partir da semana que vem, lojas de todo o país devem começar a vender computadores financiados, a juros baixos, pelo preço máximo de R$ 1,4 mil, dentro do Programa Cidadão Conectado, conhecido como Computador para Todos. A previsão é do secretário de política de informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Lopes. Segundo ele, a expectativa é vender 500 mil unidades no período de quatro a seis meses.
"Nossa expectativa é que na semana que vem, na pior das hipóteses, na outra semana, já haverá equipamentos certificados à disposição dos consumidores brasileiros que passarão a ter acesso ao computador a partir desse programa de inclusão social do governo", afirmou Lopes, em entrevista à Agência Brasil.
Os interessados terão acesso a financiamento facilitado, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), no Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Banco do Brasil, por exemplo, já anunciou uma linha para os correntistas, que prevê o financiamento de até R$ 1,2 mil, em 24 meses, com juros de 2% ao mês.
De acordo com o coordenador do Computador para Todos, Sérgio Rosa, diretor do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), afirmou na Radio Nacional AM de Brasília que quem optar por financiamento em 24 meses deverá pagar prestações de cerca de R$ 60.
O Ministério da Ciência e Tecnologia já iniciou o credenciamento dos fabricantes que poderão produzir computadores para o programa. Eles terão isenção total de PIS-Cofins. Na semana passada, o Diário Oficial da União publicou uma portaria com os critérios para o cadastramento.
"As empresas que já usufruem dos incentivos da Lei de Informática, que já declararam que cumprem o Processo Produtivo Básico, deverão ser atendidas em até 48 horas, prazo em que deveremos expedir o certificado para que elas possam colocar suas soluções no mercado", disse Marcelo Lopes. Segundo ele, o roteiro para o pedido de credenciamento está disponível no site www.mct.gov.br/sepin.
O ministério também definiu as características mínimas que os computadores deverão ter, tanto em termos de equipamentos quanto de programas. A idéia é que o consumidor leve para casa um micro completo e pronto para ser usado, com sistema operacional e um conjunto de softwares livres com 27 aplicativos, como edição de foto, processamento de textos, anti-vírus e navegação na internet.
O computador terá a configuração de um micro convencional, com um monitor de vídeo de 15 polegadas, teclado, mouse, micro processador, CD-ROM, disco flexível de 1,44 MB, memória de 128 MB e fax modem. "O governo se esforçou muito para que não se trabalhasse com computadores de segunda linha", garantiu o coordenador- geral do programa. Segundo ele, no caso da internet, o barateamento do preço de acesso ainda está sendo negociado com os operadores de telefonia e provedores. Ele antecipou que possivelmente serão cobrados R$ 7,50, por 15 horas mensais de acesso discado. "Esperamos que isso seja resolvido em breve", disse Sérgio Rosa.
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O secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Lopes, afirmou que, além de promover inclusão digital, o Programa Cidadão Conectado, conhecido como Computador para Todos, vai estimular a produção industrial no país.
"Essa é uma ação do governo que combina uma inclusão digital, a inclusão social – em que um conjunto de famílias brasileiras que não têm acesso a computador vão poder adquirir um, em condições extremamente facilitadas", disse Lopes, em entrevista à Agência Brasil. "E, por outro lado, nós teremos um aquecimento na indústria no sentido de aumentar a demanda por equipamentos", complementou ele.
Por meio do programa, os interessados em comprar um computador poderão recorrer a financiamentos de bancos federais. O preço do produto não poderá ser superior a R$ 1,4 mil. Para o coordenador-geral do programa, Sérgio Rosa, a iniciativa também vai ajudar a combater o mercado ilegal.
"Um ano atrás um computador custava R$ 1,6 mil no câmbio negro, era o chamado computador cinza com peças contrabandeadas. Essas pessoas vieram para o mercado formal, os computadores agora têm garantias e vão ser comprados com toda segurança nas redes de supermercados e pequenos revendedores", afirmou Rosa, em entrevista à Radio Nacional de Brasília (AM).
O preço do computador, segundo ele, está mais baixo desde junho, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a MP do Bem, medida provisória que autorizou isenções para uma série de setores da indústria, principalmente os ligados às exportações. Os computadores pessoais estão isentos de PIS-Cofins, o que representava 9,25% do preço final do produto.