O Ministério Público já trabalha com a hipótese de extinção das torcidas organizada, principalmente do Comando Vermelho, entidade que não tem registro. “Pelo que estou vendo, tudo caminha para a extinção das torcidas”, disse ontem o promotor José Artur Melo, que atua na investigação do MP.
Nesta segunda-feira, a Promotoria Coletiva Especializada de Defesa do Consumidor tomou os depoimentos do secretário executivo de Esporte e Lazer, Alberto Sexta-feira, e do comandante do CPC (Comando de Policiamento da Capital), coronel Marco Antônio Brito.
Na semana passada, a PM, por meio do CPC, encaminhou todo o material apreendido junto a torcedores durante um jogo promocional, incluindo maconha, loló, faca e até um revólver de brinquedo. O oficial chamou de vândalos os torcedores que foram assistir ao jogo da seleção masters do CSA e CRB e defendeu o fim das torcidas organizadas.
Na audiência, o comandante do CPC apresentou à equipe de promotores o policiamento que está sendo planejado para o Estádio Rei Pelé, que inclui instalação de câmeras, abertura de novos portões de saída e até o cadastramento de torcedores ligados a grupos organizados.
“O que está acontecendo atualmente é que as torcidas organizadas não têm controle dessa massa de pessoas que vai ao campo apenas com o intuito de fazer bagunça. Por isso, estamos propondo um cadastro desses torcedores para que eles venham a ser responsabilizados por atos futuros de violência”, disse o coronel Brito à equipe do MP, formada ainda pelos promotores Max Martins de Oliveira e Silva e Denise Guimarães.
Para o secretário de Esportes e Lazer, Alberto Sexta-feira – que assumiu o cargo na semana passada – o governo irá apoiar qualquer decisão do Ministério Público que venha trazer a paz aos estádios. “Concordo com todas as medidas para acabar com a violência no futebol”, disse, citando a proibição da venda de bebidas e a extinção das torcidas organizadas.