Após um ano de paralisação das aulas, o Presídio Desembargador Luís de Oliveira, em Arapiraca, retoma hoje as atividades de educação escolar. Nesta fase, cerca de 35% da população carcerária daquela unidade terão a oportunidade de aprender a ler e escrever.
A escola esteve sem funcionamento durante um ano devido ao rompimento de um convênio com o Ministério da Educação, além da depredação das instalações depois de algumas rebeliões no presídio.
De acordo com o gerente de educação da Secretaria Executiva de Ressocialização (SER), Paulo Jorge Rodrigues, serão quatro turmas onde 80 reeducandos poderão, além de alfabetizar, concluir da 1ª à 4ª séries do ensino fundamental.
“A nossa proposta é erradicar com o analfabetismo e atingir a conclusão do ensino fundamental nas unidades prisionais. As atividades escolares estão sendo retomadas agora no Presídio Luis Oliveira, mas está garantida por dois anos”, explica Paulo Jorge.
Os reeducandos que vão participar das atividades escolares passam no final do semestre pelo exame supletivo onde, se aprovados, recebem o certificado de conclusão.
O direito à escola para os presos está previsto na Lei de Execuções Penais. A participação dos reeducandos na escola traz, também, como benefício à redução de pena, onde a cada três dias de aula reduz um da pena, além dos benefícios disciplinares dentro da unidade prisional.
“A ociosidade nas unidades prisionais é uma preocupante. A ressocialização apenas pode ser alcançada se dermos a chance enquanto estão reclusos no Sistema Prisional, para que o preso possa ter uma nova oportunidade”, ressalta o secretário de ressocialização, Valter Gama.
Ressocializar
Um dos grandes exemplos de contribuição da educação como meio de recuperação de preso é a historia do gerente de educação, Paulo Jorge, que foi reeducando e na prisão teve a oportunidade de estudar e trabalhar como monitor da escola.
No tempo em que esteve recluso, Paulo Jorge escreveu um livro, intitulado “Poexílio”, e o publicou através da Edufal com a ajuda da então secretária Executiva de Educação, Maria José Viana, e reitor da Universidade Federal de Alagoas, Rogério Pinheiro.
“Na prisão eu percebi que tinha que fazer mais algo. Foi quando me interessei em participar da escola do então Presídio São Leonardo e fiz disso a minha vida. A educação é o grande meio para acabar com a muitos problemas sociais”, relata Paulo.
Hoje, Paulo Jorge Rodrigues coordena toda parte educacional das sete unidades prisionais do Estado de Alagoas.
A aula inaugural no Presídio Desembargador Luís de Oliveira, em Arapiraca, vai acontecer às 9h deesta terça-feira (11) na própria unidade prisional.