A inclusão dos portadores de necessidades especiais é um dos desafios da sociedade atual e, principalmente, dos órgãos públicos responsáveis pela implantação de políticas que garantam esse direito. Nesse sentido, a Secretaria Executiva de Educação tem investido em cursos que promovam o desenvolvimento das habilidades e da auto-estima dos estudantes especiais, contribuam para a formação de pais e familiares e preparem os educadores para receber esses alunos nas escolas estaduais.
“As parcerias que temos firmado, tanto com o MEC quanto com o Sesc, Senac e Senai, têm sido essenciais nesse processo de inclusão”, afirma a gerente do Programa de Educação Especial Joelina Cerqueira. Segundo ela, as formações buscam sempre facilitar a aceitação das diferenças na sociedade.
Uma das iniciativas é a capacitação de 25 psicólogos na Língua Brasileira dos Sinais (Libras). A parceria com o Conselho Regional de Psicologia está permitindo que esses profissionais aprendam a Libras e possam, desta forma, atender a alunos surdos, que muitas vezes precisam de apoio psicológico e não o encontram por falta de profissionais com os quais possam se comunicar. O curso teve início em julho e será concluído em novembro.
Preparação
Desde abril, cem educadores da rede estadual, oriundos de todas as Coordenadorias Regionais de Educação participam de um curso sobre inclusão, oferecido pela Secretaria de Educação e o MEC. As atividades vão até dezembro, no auditório da Escola Estadual Vitorino da Rocha, no Cepa. Outro curso está previsto para o próximo mês, e atenderá cem coordenadores pedagógicos de escolas estaduais, trabalhando essa mesma temática.
Além disso, professores e familiares de alunos da Escola Estadual de Cegos Cyro Accioly estão tendo a oportunidade de aprender a ler e escrever em Braille, uma formação que será concluída em dezembro e atenderá 60 pessoas.
Boa parte dos cursos refere-se ao desenvolvimento de potencialidades que contribuam para o ingresso dos alunos no mercado de trabalho. Por meio de uma parceria entre a Educação e o Senai, quatro estudantes surdos da Escola Estadual Tavares Bastos puderam aprender o sistema operacional da informática (Windows ME, Microsoft Word 2000, excel e internet navegação).
Em outros casos, as famílias dos jovens também foram beneficiadas. Este ano, 30 pessoas participaram de um curso de camareira oferecido pelo Senac. Além de contemplar os alunos do Centro Estadual de Educação Especial Wandette Gomes de Castro, foram disponibilizadas vagas para as mães e a comunidade escolar.
Já o curso de relações interpessoais, também em parceria com o Senac, beneficiou 15 deficientes mentais do Centro, com o acompanhamento de quatro profissionais da instituição. O mesmo curso foi ofertado a alunos surdos de escolas estaduais da capital.
No Centro Wandette de Castro é feito também um trabalho pré-profissionalizante, que enfoca especialmente as habilidades básicas, como pontualidade, assiduidade, direitos e deveres do cidadão e leis trabalhistas.
Atualmente, 19 jovens estudantes já estão no mercado. Entretanto, o espaço foi conquistado com persistência. E os empresários já se mostram mais flexíveis. As contratações variam de 2% a 5% para empresas que possuem, no mínimo, 100 funcionários, e atendem a resolução da Lei nº 8.213/91, que trata da reserva de vagas para deficientes.