Denis Melo não aparece na Delegacia e agora é fugitivo da Polícia

O principal acusado – pelo Ministério Público (MP) – de encabeçar uma rede criminosa de prostituição em Alagoas, Denis Gonçalves de Melo, não se apresentou – como previsto – na manhã de hoje, na Delegacia de Mulheres. Segundo a delegada Fabiana Leão, que apura as ilegalidades da suposta rede, a preventiva de Denis Melo foi decretada na quarta-feira, 12, e agora ele passa a ser um fugitivo da Polícia Civil.

O esquema foi descoberto depois que o MP realizou a Operação Cinderela, vistoriando várias casas noturnas da cidade. Algumas destas foram interditadas, como é o caso da boate Beco e 209, de propriedade de Denis Melo e sua esposa, Girlene Silva, também acusada de envolvimento com a rede de prostituição.

Ela está presa e será indiciada com o marido e mais quatro pessoas por tráfico interno, rufianismo, crimes fiscais e possíveis demais irregularidades ainda apuradas pela Polícia Civil. “Ainda temos até a semana que vem para a conclusão do inquérito. Mas mesmo com ele entregue a Justiça, nós continuaremos investigando e enviaremos anexos ao processo”, colocou a delegada Fabiana Leão.

Falso nome

Girlene Silva, ou Leninha como é conhecida pelas garotas de programa é acusada também de crime de falsidade ideológica. “Ela abriu firma com o nome de Girlane e descobrimos que na verdade, ela se chama Girlene. Quando percebemos isto a autuamos na hora. Este será mais um dos crimes pelo qual ela vai responder”, declarou a delegada.

Na manhã de hoje, a esposa de Melo foi levada ao Instituto de Identificação para que fosse identificada de fato e viesse a ser indiciada por Fabiana Leão. Além dela o inquérito, que apura o tráfico interno de pessoas e demais crimes ligados a prostituição nas casas 209, Becos e Barraca Boemia aponta como suspeitos e indiciados mais seis pessoas: Denis Gonçalves Melo, Jackson da Silva, Maria Petrúcia da Silva, Everton Souza Costa, José Carlos de Oliveira e Celso Rodrigues.

Celso Rodrigues agrediu um dos repórteres presentes na Delegacia de Mulheres, chegando a quebrar sua máquina fotográfica. Há informações de que ele tenha se prontificado em acertar as contas, e pagar o equipamento.

Até o advogado

Agora há pouco, a delegada ouviu o advogado de Denis Melo, José Carlos Ângelo. De acordo com Fabiana Leão, ele também fazia parte do esquema que lucrava cerca de R$ 100 mil mensais, com tráfico interno de pessoas, extorsões e prática de rufianismo. “Ele será mais um dos indiciados”, disse. Com José Carlos Ângelo integrando a suposta quadrilha, quem defende Denis Melo, é o advogado Darlan Matias.

Matias foi até a delegacia representando o seu cliente. A delegada Fabiana Leão, além de ouvi-lo, tomou o depoimento de algumas garotas de programa e de um dos seguranças da boate. “Elas serão ouvidas com vítima”. Já Matias declarou que seu cliente se apresentaria, mas que ainda não há data definida: “Quando ele se sentir psicologicamente bem para ser preso, ele vem”. Para Leão, não há conversa, Melo é um foragido.

Motivo: doença

Segundo Matias, o real motivo para que Denis Melo não se apresentasse a Delegacia de Mulheres é o fato dele se encontrar doente. “Ele teve uma crise de hipertensão diante de tudo que vem acontecendo”. Indagado sobre qual a tese de defesa, o advogado diz que ainda não teve acesso a todas informações que são colocadas contra o seu cliente. “É preciso que primeiro o inquérito seja encaminhado a Justiça, para que eu tenha acesso a ele. Nem relaxamento de prisão da Girlene, eu vou pedir agora”.

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