Ainda é um mistério o que contém nas fitas filmadas pela administração da boate Beco, por meio de câmeras escondidas em caixas de som. A única coisa de fato é que todo o material apreendido pelo Ministério Público e Polícia Civil de Alagoas se encontra à disposição da Justiça e nem a delegada do caso, Fabiana Leão teve acesso.
"Quem analisará este material será o pessoal da Justiça. Eu ainda não sei o que contém. Estou realizando um trabalho na esfera das investigações que cabem a Polícia Civil. Sobre isto, eu posso comunicar que todos serão indiciados" colocou a delegada.
Boa parte do material se encontra no Ministério Público de Alagoas. Em uma sala estão reunidos computadores, livros de movimentação de caixa das boates Beco e 209, e do bar Boemia, na orla marítima de Maceió. Há suspeita – a partir do material apreendido – de que haja envolvimento de mais pessoas na rede criminosa de prostituição. "Ainda podemos encontrar coisas que venham a nos assustar", colocou a promotora Marluce Falcão.
De acordo com fontes da Polícia Civil, já existem pessoas importantes temendo o conteúdo das fitas supostamente gravadas na boate Beco. Boa parte das informações está sendo mantida em sigilo, justamente pela desconfiança de que outros ainda tenham se beneficiado com o esquema de prostituição, que Denis Melo e Girlene Silva são suspeitos de terem montado.
Indagada sobre a informação concedida pela fonte, a delegada volta a reiterar que não sabe do conteúdo da fita. A equipe de reportagem questionou a possibilidade de policiais receberem propina da rede de prostituição. Fabiana Leão respondeu: "Ainda não possuímos esta informação. Muita coisa está sendo investigada a partir de denúncias. Se soubermos algo neste sentido, nós divulgaremos" colocou.