Ministro deverá ser convocado para explicar surto de aftosa

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou nesta sexta-feira (14) que solicitará a convocação do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, para que ele explique na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) quais as providências adotadas para o combate à febre aftosa. Simon disse ainda que estuda uma forma de o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ser responsabilizado criminalmente pelo corte de verbas destinados ao controle da doença, que voltou a acontecer nesta semana, no município de Eldorado (MS).

A convocação de Roberto Rodrigues será feita por meio de requerimento conjunto a ser assinado por Pedro Simon e pelos senadores Heráclito Fortes (PFL-PI), Paulo Paim (PT-SP) e Sérgio Zambiasi (PTB-RS), presidente da CRA. De acordo com Simon, Antonio Palocci também deve ser responsabilizado criminalmente em razão das constantes recusas em comparecer à CRA para debater as ações de controle da febre aftosa pelo governo brasileiro.

– Ele não liga, ele não vem e, ao atender os telefonemas da comissão, pede que os membros da CRA falem com o chefe da gabinete do ministério. O ministro da Fazenda faz o que bem quer, e as decisões principais são tomadas por subalternos. A aftosa não tem mais problema, a não ser quando não se tem fiscalização. O mundo não só suspende a importação de gado do Brasil, como ri e debocha – afirmou Pedro Simon.

Pedro Simon também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria responsabilizado os produtores de gado pelo ressurgimento da doença, segundo informações divulgadas pela imprensa. Porém, ressaltou a seriedade e a "atitude exageradamente elegante" de Roberto Rodrigues e disse que o ministro da Agricultura trava uma "luta constante" com o Ministério da Fazenda, como forma de assegurar o repasse de verbas para o controle da aftosa.

– O governo errou na falta de fiscalização, pois veio muito menos dinheiro para combater a doença. O Ministério da Fazenda cortou a verba, não se dando conta de que o combate à aftosa era um caso prioritário, que agora teve o seuefeito negativo multiplicado. O combate à aftosa exige um trabalho rotineiro de fiscalização – disse Pedro Simon.

Críticas

Pedro Simon também discordou da avaliação feita pelo presidente Lula, segundo o qual o reaparecimento da febre aftosa configuraria "urucubaca" contra o atual governo.

– A crise na pecuária não é urucubaca. Aliás, eu não sei onde entra a urucubaca quando o governo chama os homens do PL e do PP, quando acerta R$ 500 milhões em emendas para votarem a favor do candidato do governo para a presidência da Câmara dos Deputados- afirmou Pedro Simon.

Na avaliação do senador pelo Rio Grande do Sul, o Partido dos Trabalhadorescontinua a sofrer desgaste político, mesmo sob o comando do ex-ministro da Educação, Tarso Genro, que teria prometido refundar a legenda.

– Esse é o novo PT, esse é o partido que o Lulaestá comandando e que elegeu o presidente da Câmara. Lula a cada dia diminui os votos que ainda são seus e o elegeram – concluiu Pedro Simon.

Fonte: Agência Senado

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