Brasília – Os alunos que têm bolsa parcial do Programa Universidade Para Todos (ProUni), poderão trabalhar para completar o valor da mensalidade e nada pagar durante o curso. Um estudante de matemática, por exemplo, poderá fazer monitoria nas escolas aos fins de semana. Com isso, o dinheiro que ele recebe pelas aulas é destinado ao pagamento do restante da bolsa.
Serão 4.699 universitários beneficiados pela iniciativa. Ela faz parte de um acordo assinado ontem (1) entre o Ministério da Educação (MEC) e oito estados brasileiros. Segundo o MEC, das 112.275 bolsas do ProUni, 40 mil são parciais. Os estados que assinaram o acordo são: Tocantins, Rio Grande do Norte, Amapá, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco e Santa Catarina.
Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, a medida beneficiará tanto os participantes do ProUni como os da educação básica. "O aluno vai fazer todo o curso superior como se fosse um bolsista integral. Além disso, vai reforçar os recursos humanos necessários para a melhoria da educação básica. Em troca da ajuda do estado, ele entra no programa de monitoria, vai poder ajudar a escola de onde é egresso e o seu sistema de ensino", explicou Haddad.
O diretor do departamento de modernização e programas de educação superior do MEC, Celso Ribeiro, explicou que esses estudantes recebem uma bolsa de 50% da mensalidade e que eles também podem pegar o Financiamento Estudantil (Fies) de 25%. Com esses trabalhos, eles poderão completar os 25% restantes para garantir todo o valor da mensalidade.
O diretor disse que os universitários vão ganhar a bolsa, mas também terão a oportunidade de trabalhar na área profissional escolhida. "Além da bolsa, ele passa a ter a oportunidade de realmente enfrentar problemas reais e trabalhar em projetos e coisas que possam estar veiculadas a sua formação", explicou.
Em Pernambuco, 1.100 jovens serão atendidos pelo convênio. O secretário de Educação do estado, Mozart Neves Ramos, informou que será dada preferência aos estudantes que se formarem para serem professores. "É claro que o nosso interesse é nas licenciaturas, porque esses formandos poderão contribuir diretamente na melhoria do ensino público nas nossas escolas. Uma ponte efetiva entre a universidade e o ensino básico", disse.
O Programa Universidade Para Todos é voltado para estudantes de baixa renda que cursaram o ensino médio em escola pública ou em escola particular com bolsa de estudos integral.