O estudo Relatório de Investimento Mundial 2005, publicado nesta quarta-feira pela Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, na sigla em inglês) lista o Brasil como o 4° melhor país do mundo para investir, segundo especialistas consultados pelo órgão.
De acordo com o estudo da Unctad, para as empresas multinacionais, o Brasil é também o 5° melhor país para investimentos.
Para 85% dos especialistas consultados pelo órgão, a China é o país mais atraente para se investir, seguida por Estados Unidos (55%), Índia (42%) e Brasil (21%).
Na relação dos especialistas, o Brasil ficou à frente de Rússia (21%), Grã-Bretanha (21%) e Alemanha (12%).
Além de encabeçar a pesquisa na qual especialistas foram consultados, a China também encabeça a lista na qual empresas multinacionais listaram seus mercados favoritos para investir, com 87% das preferências.
O Brasil foi o quinto colocado, sendo considerado o mais atraente mercado para 20% das transnacionais.
À frente do país estão a Índia, segunda colocada na relação, com 51%; Estados Unidos (51%) e Rússia (33%).
"Aumento considerável"
O relatório da Unctad afirma que "após quatro anos de declínio contínuo, o fluxo de investimento direto internacional para a América Latina e para o Caribe registrou um aumento considerável em 2004", alcançando um total de US$ 68 bilhões – o que representa 44% a mais do que em 2003.
O Brasil e o México foram os maiores receptores de investimentos em 2004, de acordo com a pesquisa, tendo recebido, respectivamente, totais de US$ 18 bilhões e US$ 17 bilhões.
Segundo o estudo, isso se deve "à recuperação econômica na América Latina – após meia década de estagnação – e um crescimento mais forte da economia mundial".
Mas a pequisa acrescenta que os investimentos na região "ficaram muito abaixo da média registrada na segunda metade da década de 90, quando privatizações em larga escala e aquisições de companhias privadas por empresas internacionais impulsionou um boom de investimento internacional".
A pesquisa comenta que no Brasil, na Argentina e no México, o setor manufatureiro foi o principal receptor de investimento direto internacional, superando o de serviços.
De acordo com o estudo, o segmento de serviços se tornou menos atraente para investimentos, "devido à conclusão do programa de privatização nos países latino-americanos, juntamente com as dificuldades financeiras enfrentadas por empresas familiares e a contínua estagnação econômica em determinados países".
De acordo com o relatório, o investimento destinado aos países em desenvolvimento permanceu concentrado em cinco "receptores": China, Hong Kong (que o estudo lista como se fosse um país à parte), Brasil, México e Cingapura, que respondem por um total de 60%.
Segundo o estudo, "a procura por commodities, especialmente da China, estimulou investimentos estrangeiros nos setores de mineração na Argentina, Brasil, Chile e Peru, assim como nos segmentos de petróleo e gás na Colômbia, Peru e Trinidad e Tobago.
O aumento da exportação de produtos agrícolas por países da América Latina e do Caribe também viveu "um atípico crescimento em 2004". O relatório comenta que "as exportações de soja e de carne também atingiram índices recordistas na Argentina e no Brasil graças à demanda da China".