Organizações governamentais e não-governamentais que formam o Comitê Estadual do Programa de Controle da Dengue se reuniram, no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), para discutir as ações que serão desenvolvidas para marcar o início da campanha de combate à doença, no dia 19.
Nesta primeira reunião foi apresentado o diagnóstico da situação em Alagoas e no país e marcado um novo encontro na terça-feira, onde cada participante apresentará sua proposta de trabalho.
Todos os 102 municípios estarão mobilizados para o início da campanha, que irá desencadear uma série de ações preventivas, combatendo o mosquito transmissor Aedes aegypti e alertando à população para que elimine todos os criatórios. “A comunidade é a nossa maior parceira”, destacou Isolda Lima, gerente do Programa de Vigilância e Controle da Dengue.
Segundo ela, os cuidados são sempre os de manter plantas em vasos e secar os pratinhos de apoio, evitar acúmulo de lixo, observar sempre se a caixa d’água está devidamente vedada e manter fechados todos os depósitos d’água.
A maior incidência da doença é sempre no verão, quando a chuva que costuma cair durante a temporada proporciona a eclosão dos ovos do mosquito. Eles chegam a suportar até um ano de seca. “É por isso que sempre realizamos esse trabalho preventivo a partir da primavera; para acabarmos logo com esses ovos antes das chuvas de verão”, completou Isolda Lima.
A população deve ainda ficar atenta aos sintomas e procurar uma unidade de saúde logo que apresentar pelo menos três sinais da doença: febre, dores de cabeça e nas articulações e dor no fundo do olho. Quando tratada na fase inicial a dengue é curável.
Em Alagoas já foram identificados três sorotipos – I, II e III -, dos quatro existentes. Nem sempre eles acontecem nessa ordem. Há regiões onde eles apareceram na seqüência I, IV e III, conforme explicou também a gerente. Este ano foram confirmados 1.951 casos da dengue clássica e 15 da forma considerada grave, sem nenhum óbito.
O vírus III já foi registrado em Arapiraca, Capela, Craíbas, Inhapi, Junqueiro, Maceió, Maragogi, Marechal Deodoro, Murici. Palmeira dos Índios, Porto Real do Colégio, São Luiz do Quitunde e Taquarana. Isolda Lima explicou, contudo, que nenhum dos três sorotipos apresenta maior ou menor poder. São todos do mesmo porte de gravidade e qualquer um pode levar à morte.
O Comitê Estadual do Programa de Controle da Dengue foi criado em 2002 e desde então já realizou 17 reuniões. Participam dele 35 instituições governamentais e não-governamentais, incluindo Corpo de Bombeiros e igreja, cada uma se propondo a atuar no combate ao mosquito transmissor.
“A obrigação desse trabalho é de toda a população”, convoca Isolda Lima. O Estado é permanentemente monitorado pela Secretaria Executiva de Saúde e, quinzenalmente, os coordenadores de epidemias visitam os municípios levantando os dados mais recentes.