O Ministério da Saúde vem realizando desde maio a campanha "Um Toque de Saúde. Hanseníase tem Cura", que faz parte do Plano Nacional de Eliminação da Hanseníase. O objetivo é conscientizar as pessoas para a importância do diagnóstico precoce da doença. Atualmente existem no Brasil mais de 30 mil pacientes em tratamento e, a cada ano, 40 mil novos casos são descobertos. Esses números fazem do país uma das nove nações do mundo que ainda apresentam mais de um caso de hanseníase para cada 10 mil habitantes.
Segundo explicou a coordenadora da campanha, Rosa Castalha, em entrevista à Rádio Nacional, a idéia é passar à população informações sobre os sinais e sintomas do mal. "O Brasil ainda é um dos países que não eliminaram a doença como problema de saúde pública", admitiu ela, acrescentando que existem pessoas que não estão se tratando "porque não sabem que estão doentes". Castalha lembrou que a campanha é para mostrar que a doença tem cura e que o tratamento é gratuito.
Para a coordenadora, a falta de acesso ao tratamento e o preconceito são as principais causas da doença ainda não ter sido eliminada no Brasil. "O cidadão tem que ter acesso ao diagnóstico e ao tratamento. Estamos trabalhando para que tenha profissional treinado e remédio em todas as unidades de postos de saúde do país. O preconceito, felizmente, vem diminuindo ao longo dos anos", disse.
De acordo com Castalha, quanto mais cedo a hanseníase for diagnosticada e tratada, mais chances o paciente tem de terminar o tratamento sem nenhuma seqüela. "A seqüela é que deixa a marca que gera o preconceito", garantiu.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as mais atingidas pela hanseníase. O Pará, o Mato Grosso e o Maranhão são os estados que apresentam maior índice de pessoas doentes para cada grupo de dez mil habitantes. "Um aspecto que mais nos preocupa, especialmente nessas áreas mais atingidas, é o número de menores de 15 anos doentes.
O que significa que existem adultos não tratados próximo a eles transmitindo a doença. Temos que estar muito alerta, porque uma criança doente, se não for tratada e desenvolver incapacidades, vai ter uma vida comprometida no futuro", alertou Castalha.
Os principais sintomas da hanseníase são manchas brancas no corpo, pele sensível, queda de pelos, formigamento nos pés e nas mãos, e caroços na orelha e no rosto.