Deputados debatem o escândalo da violência em Alagoas

Com a Polícia Civil e Militar ameaçando greve e aquartelamento, o Estado de Alagoas enfrenta uma de suas maiores crises na questão de segurança pública. Para discutir o assunto, a Assembléia Legislativa realiza uma sessão pública com representantes de órgãos ligados à segurança.

Somente seis dos 27 deputados estaduais participaram da sessão, que também contou com a presença do presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Carlos Jorge, do delegado da Polícia Federal, André Costa, do secretário de Justiça e Defesa Social, Paschoal Savastano, do comandante da Polícia Militar, coronel Edimilson Cavalcante, do diretor de Polícia Civil, Robervaldo Davino, do diretor-geral da Guarda Municipal, João Mendes, do delegado, Antônio Carlos Lessa, do procurador-geral de Justiça, Dilmar Camerino, e do secretario de Ressocialização, Valter Gama.

Violência

Roubos, seqüestros, assaltos e homicídios. O alto índice desses crimes alarma a população de Maceió, os órgãos de segurança pública e também os deputados. Um exemplo do alto índice de violência é a Empresa de Correios e Telégrafos. Em 2001, ocorreu apenas um assalto durante todo o ano, em 2002 e 2003, foram cinco. Em 2004 foram registrados assaltos a seis agências da empresa, mas neste ano, até o momento ocorerram 23 assaltos.

“Na semana passada, alguém, em uma caminhonete, foi buscar meu filho na escola dizendo que era eu”, revelou o deputado Antônio Albuquerque, que pediu providências para que a sociedade tenha mais tranqüilidade.

Uma solução proposta pelo presidente da Assembléia, Francisco Tenório, é que o Governo pague horas extras aos policiais, já que o efetivo ainda é pouco em relação à população do Estado.

Para o presidente do Sindpol, Carlos Jorge, o problema é parecido com o enfrentado em grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro. “Daqui a um ano e meio, se o Governo do Estado não investir em segurança pública, [a situação] vai ficar pior do que no Rio de Janeiro porque não tem como fazer segurança com os policiais comprando munição para seus próprios revólveres”, disse.

Durante a sessão, foram colocadas as causas da violência, que são provenientes das precárias condições de trabalho dadas aos policiais, aos baixos salários e à falta de incentivos à categoria. Outros fatores foram a impunidade e a questão das drogas que, segundo João Mendes, diminuirão com ações preventivas, como a proibição de vendas de bebidas alcoólicas próximas às escolas.

Sobre as drogas, o delegado Antônio Carlos Lessa sugeriu a criação de um projeto de lei para implantar uma matéria nas escolas, que conscientizem crianças e adolescentes sobre os perigos das drogas.

Polícia Civil

Amanhã pela manhã, o governador Ronaldo Lessa receberá uma comissão do Sindicato dos Policiais Civis, para negociar as reivindicações da categoria.

Os policiais iniciaram uma greve no dia 22 de setembro e, na segunda-feira da semana passada, decidiram suspender a greve para aguardar, até o dia 10, um acordo com o Governo.

A categoria reivindica a equiparação salarial entre as modalidades Operacional e Especializada, o pagamento de adicional noturno e de hora extra.

Já os policiais militares ainda aguardam uma reunião para negociar reajuste salarial com o Governo.

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