Um acidente com um carro de apoio da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou nesta segunda-feira três mortos. O acidente aconteceu no km 442 da rodovia Raposo Tavares, durante trajeto da comitiva presidencial do aeroporto de Assis (427 km a oeste de São Paulo) até a subestação da concessionária ATE Transmissora de Energia no município.
Segundo André Singer, porta-voz da Presidência, o motorista do carro de apoio, um Meriva, teria sofrido um enfarto, provocando o acidente. O carro, desgovernado, chocou-se com violência contra um barranco da rodovia. O sargento do Exército Everaldo Bastos Rodrigues, e o tenente Vlanderni do Nascimento, ambos da equipe de segurança presidencial, morreram no Hospital Regional de Assis.
O motorista Louremir Luciano Carneiro, morador de Assis e que havia sido contratado para o evento, também chegou morto ao hospital. As três mortes foram confirmadas pelo Gabinete de Segurança Institucional da presidência.
Lula foi informado das duas primeiras mortes (a confirmação da morte de Nascimento só foi feita no início da noite) quando terminava seu discurso na inauguração da linha de transmissão da ATE Energia. Ele voltou ao microfone e lamentou a morte do "companheiro motorista" e do sargento Rodrigues.
Após o acidente, a comitiva presidencial seguiu até o local da inauguração sem a equipe médica, que foi mobilizada para socorrer os acidentados, levados até ao hospital em Assis na ambulância à disposição da Presidência da República.
Protesto e ovada
Na subestação da ATE Energia, curiosos que esperavam pela chega da comitiva presidencial desviaram sua atenção para comentar o acidente na Raposo Tavares. Mesmo assim, dois homens fizeram um protesto isolado contra o presidente Lula. Um deles chamou o presidente de "corrupto" e o outro atirou um ovo, que atingiu uma van que seguia logo atrás do carro oficial de Lula.
Os protestos se resumiram a faixas contra a privatização do setor elétrico. Um grupo de sindicalistas ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que se preparava para protestar contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), desmobilizou a manifestação uma hora antes da chegada de Lula a Assis, após terem descoberto que o governador paulista não estaria na comitiva presidencial.
Uma outra comitiva, de prefeitos das regiões oeste e sudoeste de São Paulo, que esperavam ser recebidos por Lula, não foram atendidos. Eles queriam apresentar reivindicações dos municípios ao governo federal. Como a inauguração da linha de transmissão era de uma concessionária privada –a ATE Energia, do grupo espanhol Abengoa –, o reduzido número de convites para a solenidade também limitou as chances de protestos e reivindicações. A empresa havia feito 300 convites e aproximadamente 200 pessoas apareceram na cerimônia.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo não contabilizou o público presente à cerimônia.