Boicotes de alunos em várias cidades do País, que entregaram a prova em branco, marcaram o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) de 2005. Esse foi o segundo ano da avaliação de cursos de ensino superior, criada pelo governo Lula para substituir o Provão.
A prova havia sido bem aceita pelos estudantes no ano passado, mas este ano o boicote cresceu. O Ministério da Educação não pôde ainda contabilizar o número de provas em branco, mas informou que elas são uma minoria entre os 344 mil que deveriam fazer o Enade.
"Esperávamos um pouco mais de boicote este ano porque as áreas que estão fazendo a prova tradicionalmente eram contra o Provão", disse o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reinaldo Fernandes. Ele se refere a cursos de História, Ciências Sociais, Pedagogia e outros da área de humanas.
O Provão, criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, enfrentou forte oposição principalmente da União Nacional dos Estudantes (UNE) durante os seis anos de existência. A entidade agora participou da elaboração do Enade. "Acredito que o exame complementa o processo de avaliação da universidade. A UNE não pediu o boicote", disse a diretora executiva da entidade, Lucia Stumpf.