Os promotores que investigam o assassinato do fazendeiro Fernando Fidélis querem proteção para duas testemunhas que estão dispostas a revelar o nome dos verdadeiros mandantes do crime, ocorrido no último dia 28, dentro do Presídio Baldomero Cavalcanti. Para o Ministério Público, todas as linhas devem ser investigadas para esclarecer a morte de Fidélis, que era considerado um arquivo-vivo por pertencer ao crime organizado em Alagoas.
Segundo a promotoria, as duas testemunhas – que estão no Baldomero – só querem falar se tiveram a garantia da proteção do governo, porque acreditam que podem morrer dentro do presídio, como ocorreu com Fidélis. Elas sabem dos detalhes da trama que levou o reeducando Edson Tavares, o “Pé de Cobra”, a ser transferido para o mesmo módulo do fazendeiro com o intuito de assassiná-lo.
Outro fato que confirma a suspeita de que o crime foi encomendado, na avaliação do MP, é quando o autor dos disparos foi preso estava totalmente drogado, após ter tomado sete comprimidos de rufinol.
“Nessa situação, se mandassem matar a mãe dele, ele matava sem se dar conta do que estava fazendo”, comentou um dos promotores, que também não descarta a ligação desse crime com o do pistoleiro Cícero Belém, assassinado na semana passada. “Foi muita coincidência terem assassinado Fidélis e depois esse pistoleiro, que estava no carro que era do fazendeiro”, afirmou esse promotor, que vai trabalhar para denunciar os mandantes desse crime.
Regime aberto
O pistoleiro Cícero Belém estava em regime de prisão aberta, após ter sido condenado por um homicídio praticado em Maceió no ano de 2000. Nos últimos meses, ele vinha comparecendo à Vara de Execuções Penais para assinar a ficha de apresentação. De acordo com a ficha, ele se apresentou pela última vez ao cartório no dia 21 do mês passado.