O presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), acaba de manobrar para dar mais tempo ao Palácio do Planalto na operação para derrubar o requerimento de prorrogação da CPI dos Correios.
Renan estava presidindo, agora de manhã, uma sessão do Congresso. Estava então para ser lido um requerimento com 222 assinaturas de deputados e 30 assinaturas de senadores pedindo a prorrogação do prazo de funcionamento da CPI dos Correios. Foi quando Renan derrubou a sessão –que será retomada ao final do dia ou início da noite, dando prazo para os governistas retirar assinaturas do documento.
Renan alegou que era necessário conferir as assinaturas antes da leitura do requerimento. Do ponto de vista estritamente regimental, o presidente do Senado e do Congresso está correto. Ocorre que isso é uma mera formalidade. O requerimento poderia ter sido lido e as assinaturas conferidas depois.
Ao terminar a sessão, Renan deliberadamente impediu que o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), apresentasse um argumento a favor da leitura do requerimento.
É compreensível que o governo queira impedir a prorrogação da CPI dos Correios. Sem prorrogação, a investigação termina em 15 de dezembro. Com prorrogação, vai até 15 de abril (ou 11 de abril, conforme a conta que se faça).
Seria o pior pesadelo para Lula: o caso do “mensalão” se estenderia até o início do processo eleitoral de 2006.