A redução do desempenho da economia no terceiro trimestre do ano fez com que os analistas de mercado e instituições financeiras, consultados pelo Banco Central todas as sextas-feiras, diminuíssem também as expectativas em relação ao desempenho geral da economia.
Segundo eles, o crescimento da produção industrial será de 3,79%, e não mais de 4,17% como previa a pesquisa da semana passada. Como reflexo imediato, cai também de 3,30% para 3,20% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todas as riquezas produzidas no país.
O boletim Focus, divulgado hoje (14) pelo BC, mantém, porém, a perspectiva de 51,60% da relação entre dívida líquida do setor público e PIB. Ou seja: mais de metade de tudo que se produz no país é comprometido pelo endividamento, que se aproxima de R$ 1 trilhão. A expectativa é de que a relação dívida/PIB caia para 50,80% até final de 2006.
As demais tendências da economia mantêm-se praticamente estáveis na comparação com a pesquisa da semana passada, embora apontem ligeira redução na cotação do dólar norte-americano este ano, de R$ 2,30 para R$ 2,27, e queda também em 2006, de R$ 2,50 para R$ 2,46.
Apesar da estagnação econômica e da elevação da inflação, os analistas pesquisados pelo BC acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve baixar a taxa básica de juros, este mês, dos atuais 19% para 18,50% ao ano, repetindo queda semelhante em dezembro, de modo a que os juros encerrem o ano em 18%. Menos otimistas em relação a 2006, eles aumentaram a projeção de 15,50% para 15,75%.
Foram mantidas as projeções de US$ 42,02 bilhões para o saldo da balança comercial (exportações menos importações), US$ 13 bilhões para o saldo de conta corrente (resultado de todas as transações comerciais e financeiras do país com o exterior) e entradas de US$ 16 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na atividade produtiva.