A comunidade de Ipioca – bairro-distrito de Maceió -está em festa no Dia da Proclamação da República. Isso porque é berço de um dos filhos mais ilustres de Alagoas, o Marechal Floriano Peixoto, segundo presidente da República. Durante toda a manhã, os moradores participaram da festa de aniversário do Clube de Futebol Floriano Peixoto, com uma série de atividades organizadas pelos participantes do time. No decorrer da tarde, a programação esteve voltada para as crianças e à noite a festa fica por conta das apresentações de grupos artístico-culturais e um trio elétrico, com bandas locais, na praça da matriz.
A festa do bairro é realizada anualmente pela comunidade, embora muitos não entendam a importância da data para o país, nem tampouco o intuito da festa no local. Segundo o presidente da Associação dos Moradores de Ipioca, Márcio Máximo, é pouco sabido – principalmente pelos mais jovens – a importância do filho ilustre do bairro na história do Brasil.
“Se você perguntar a um menino desses quem foi Marechal Floriano Peixoto, corre o risco de não obter resposta, porque os alagoanos dão pouco valor aos fatos históricos. Nosso trabalho enquanto associação de moradores, é tentar resgatar os fatos que nos incluem no cenário histórico nacional”, afirma Máximo.
Para ele, datas como esta, devem servir para ascender o patriotismo das pessoas. “A cidade de Marechal Deodoro vive da história de seu filho ilustre, por que não podemos fazer o mesmo?” acrescenta, ressaltando que a partir deste ano, fará o possível para incorporar a festa ao calendário estadual.
Bairro histórico
Ipioca cresceu em sua beira-mar, datada do século XVIII, com a construção de casas de veraneio. A parte alta, continua intacta, com suas casas antigas, a Igreja de Nossa Senhora do Ó, a praça com o busto do seu filho ilustre, Floriano Peixoto, o marco edificado no local, onde ele nasceu e o bonito visual da praia.
Os mais antigos lembram que durante a Invasão Holandesa, Ipioca tornou-se uma espécie de centro de observação, devido a sua localização estratégica, com vista panorâmica para o mar. A Igreja, que ainda conserva a estrutura original, foi erguida a partir de um forte, construído pelos portugueses.
Terra rica em cal, fornecia esse produto para várias partes do Estado, até que a retirada já provocava erosão, e o governo proibiu a exploração. O bairro ficou dependendo exclusivamente do coco e da pesca.