Dentro das atividades que serão desenvolvidas pelo Grupo União Espírita Santa Bárbara -, em parceria com o Fundo de Microcrédito do Governo do Estado, a Secretaria Executiva de Defesa das Minorias e a Prefeitura de União dos Palmares durante as comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, está programada a lavagem da calçada da Casa Jorge de Lima, seguindo o mesmo ritual da tradicional lavagem das escadarias da Igreja Senhor do Bomfim, que se realiza anualmente, em Salvador (BA).
A lavagem acontece hoje, às 17h, e será desenvolvida por um grupo de praticantes da religião afro (filhas de santo) liderado por Mãe Neide Oyá D’Oxum, orientadora espiritual do Guesb, marcando a abertura da Kizomba aiyê kalofé Zumbi, que significa “Festa para todos abençoada por Zumbi”. Segundo ela, a lavagem representa a purificação do local para receber as pessoas com a fluidificação positiva.
Às 18h, haverá saudação das autoridades presentes. Na oportunidade Mãe Neide fará a entrega de uma miniatura de terreiro de umbanda à Casa Jorge de Lima, para em seguida iniciar a exposição e venda de artesanato, confecções e comidas da culinária afro-brasileira., paralelamente, haverá apresentação cultural com os grupos Fum Fum Omagerê, Banda Inaê e o coco de roda Jorge de Lima.
Apoio à comercialização
O apoio do Governo do Estado, por meio do Funcred, à comercialização de comidas afro-brasileiras durante as festividades de comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro, foi possível mediante um convênio no valor de R$ 3 mil, firmado com o grupo de mulheres moradoras da Serra da Barriga que participaram do I Curso de Culinária Afro-Brasileira promovido pelo Guesb, com recursos do Funcred, no último mês de setembro.
O objetivo, conforme informou a secretária gestora do Funcred, Genilda Leão, é promover o resgate histórico da cultura afro-brasileira como reconhecimento à contribuição dos povos africanos à formação do Brasil de hoje, além de possibilitar a melhoria da renda familiar de pessoas que necessitam de inclusão no mercado de trabalho e colaborar com a melhoria da auto-estima das comunidades de descendência africana em Alagoas.
“São moradoras da Serra que vão manter viva a cultura negra na terra de Zumbi, e garantir a geração de renda para a sua auto-sustentação. Isso é inclusão social”, enfatizou a secretária Genilda Leão.
O recurso é destinado a aquisição dos produtos necessários ao preparo de um cardápio com as delícias da culinária afro-brasileira, a exemplo do ibeguiri (quiabo e peixe seco com camarão e azeite), xim-xim (galinha com azeite de dendê), amalá (quiabo, camarão, cheiro verde e azeite de dendê), efum-ôguedê (farofa de banana, carne seca e miúdos), e outros pratos mais conhecidos como acarajé, vatapá, caruru, munguzá.
Os trabalhos de preparo e comercialização dos produtos serão coordenados pela mãe Neide Oyá D’Oxum, principal instrutora do curso de culinária afro-brasileira. Os alimentos serão comercializados no Palácio Real (Serra da Barriga) e na Casa Jorge de Lima (União dos Palmares). O dinheiro arrecadado com as vendas servirá, uma parte para a subsistência das mulheres e o restante será repassado à associação que está em fase de registro, para que elas invistam na geração de renda através do associativismo.
A cultura africana também estará representada nas festividades em homenagem a Zumbi dos Palmares, através da exposição e venda de confecções em estilo afro produzidas no ateliê do Guesb, em Maceió; bijuterias temáticas e ainda pelo artesanato do Muquém, uma comunidade remanescente de quilombo situada na zona rural de União dos Palmares.