O PT já começou a preparar as bases do programa para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006. A idéia é reforçar os investimentos em programas sociais, como educação e distribuição de renda, que sempre estiveram no centro da pauta petista.
"Sabemos que vamos apresentar um presidente à reeleição e a construção de um programa é fundamental. Vemos esse tipo de debate a partir da perspectiva da reeleição, para a construção de um programa para a reeleição do Lula", disse o ex-presidente do PT, Tarso Genro.
Com a discussão do programa de governo para 2006, os petistas querem iniciar o debate sobre mudanças na política econômica. "O Brasil não terá mudanças profundas apenas com crescimento econômico, mas com distribuição de renda, desenvolvimento ambientalmente sustentável e identidade cultural própria", disse o presidente do PT, Ricardo Berzoini.
Ele defendeu que o programa de governo a ser defendido em 2006 deve ter como eixo central a educação.
Já o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou que país experimentar um processo acelerado de crescimento econômico. "Estamos saindo de um longo período de estagnação e não dá para ter um crescimento de 3% ou 3,5%", afirmou. Ele sugeriu que se mude a equação atual. "Para que o bolo cresça é preciso redistribuir, e não o contrário."
Eles participaram ontem de um seminário organizado pela Fundação Perseu Abramo, criada pelo PT, com economistas, sociólogos e advogados para discutir desenvolvimento, estabilidade e ética pública para um novo "projeto de nação".
Reeleição
O seminário de ontem também confirmou o apoio do PT à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006. Berzoini disse que o PT deseja a candidatura de Lula. Essa mesma tendência foi expressada pelo ex-presidente do PT, Tarso Genro.
"É muito improvável que o PT tenha outro candidato [nas eleições presidenciais de 2006]", afirmou Tarso.
Berzoini foi mais longe e afirmou que Lula venceria a eleição presidencial se sair candidato em 2006. "Se dependesse do partido, não tenho dúvida que Lula seria candidato e seria presidente por mais quatro anos. Essa é a vontade de todo o partido."
No entanto, ele afirmou que cabe a Lula a decisão de disputar ou não as eleições presidenciais do próximo ano. "A decisão final é dele. É ele quem tem a prerrogativa de decidir sobre uma possível candidatura."
Segundo Berzoini, o presidente não está preocupado com esse assunto agora. "Ele avisou que vai tomar a sua decisão no próximo ano."
Entretanto, o próprio presidente chegou a admitir anteontem que será candidato à reeleição em 2006. "Vou, sim, disputar as eleições", afirmou em entrevista a emissoras de rádio no Palácio do Planalto. Depois, quando pediram que confirmasse a informação, Lula afirmou que que havia cometido "um lapso".