A aprovação ao desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu 3,3 pontos percentuais em novembro, de acordo com pesquisa CNT/ Sensus divulgada hoje.
A aprovação saiu de 50,0% em setembro para 46,7% neste mês. A desaprovação, por sua vez, aumentou de 39,4% em setembro de 2005 para 44,2% em novembro. Estes são os piores índices encontrados pela pesquisa desde o começo do governo, em 2003.
A avaliação do governo é positiva para 31,1% da população, percentual bem próximo aos 29% que avaliam negativamente o governo; para 37,6%, o governo é regular. Em setembro, quando foi feita a pesquisa anterior, o percentual positivo era de 35,8%.
A imagem do presidente Lula foi arranhada pelas denúncias de corrupção que envolvem o governo: segundo 42,8% dos entrevistados, Lula participou dos esquemas de corrupção denunciados no país; para 41,3%, o presidente não teve qualquer participação em atos de corrupção.
A pesquisa ouviu duas mil pessoas, no período de 14 a 17 de novembro de 2005, em 24 estados das cinco regiões brasileiras.
Eleições 2006
O desempenho de Lula em relação às eleições presidenciais de 2006 também foi afetado. A pesquisa perguntou se o eleitor votaria no presidente Lula caso as eleições fossem hoje: 46,7% disseram que não votariam; 27,3% que poderiam votar e 23,8% afirmaram que Lula seria o único candidato em quem votariam.
Em pergunta espontânea, Lula saiu na frente, com 19,4% das intenções de voto, contra 7,2% de José Serra (PSDB-SP); 3,6% de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), 3,6%; e 2,1% de Anthony Garotinho (PMDB-RJ). O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) aparece com 1,6% e o ministro Ciro Gomes com 1,0%. Eleitores indecisos, votos brancos e nulos somam 60,2%, segundo a pesquisa.
Os pesquisadores também ofereceram listas de candidatos para que o entrevistado escolhesse em quem votaria em 2006. Em todas as listas, Lula sairia na frente dos adversários –entre eles, Geraldo Alckmin, José Serra, FHC, Anthony Garotinho, Heloísa Helena e César Maia — no primeiro turno das eleições de 2006.
2º turno
Em um eventual segundo turno em 2006, no entanto, Lula venceria todos os adversários, exceto José Serra, que o derrotaria com 42,5% contra 37,6%.
A pesquisa aponta crescimento dos nomes de Fernando Henrique Cardoso, de Aécio Neves e de Antony Garotinho na pesquisa de intenção de votos.
Economia
O mau desempenho do governo Lula se reflete também na área econômica. A maioria dos entrevistados (52,7%) desaprova a política econômica do governo, enquanto 35,3% afirmam que ela "está no rumo certo". Já com relação ao futuro da economia brasileira para os próximos seis meses, 49,4% não confiam em um bom desempenho, contra 42,3% que dizem confiar em bons resultados.
Segundo a pesquisa, a avaliação do governo na área social é um pouco melhor. Para 48,6% dos entrevistados, os programas sociais do governo Lula são positivos e ajudam a população; para 10,9%, esses programas são positivos e levam ao desenvolvimento do país; mas 23,2% entendem que eles são negativos e não resolvem os problemas sociais brasileiros, e para 11,7%, os programas são negativos e não geram desenvolvimento.
Corrupção
Para 35,6% dos entrevistados, a corrupção aumentou muito no governo Lula; 16,2% disseram que a corrupção aumentou pouco.
36,8% entendem que a corrupção ficou como sempre esteve no País; 6,6% acreditam que ela diminuiu um pouco no período e 0,8% que ela diminuiu muito.
A corrupção no Brasil é grave e maior que em outros países, para 70,2% dos entrevistados; já para 11,8%, a corrupção brasileira não é grave e é menor que a de outros países; e 11,8% entendem que a corrupção no Brasil é igual à de outros países.
Crise política
Após meses de denúncias de corrupção, 77,3% dos entrevistados acreditam que ainda podem surgir fatos novos; para 16,4%, no entanto, a maior parte das denúncias já foi feita.
As denúncias de corrupção vão ter influência na hora da eleição do próximo ano, de acordo com 64,6% dos entrevistados; para 29,6% essas denúncias não mudarão suas tendências de voto.
72,6% dos entrevistados entendem que a imagem do presidente Lula foi afetada pela crise política, contra 23,7% que entendem que as denúncias não afetarão o desempenho do presidente nas eleições do ano que vem.
Os políticos envolvidos em irregularidades deverão ter problemas nas próximas eleições, já que 82,1% das pessoas ouvidas pela pesquisa dizem que não votariam neles em hipótese alguma. 13,9% acreditam que, independentemente do envolvimento, o importante é o que o político faz para a população.