Cerca de 12 quilômetros de tubulação da adutora entre Belo Monte e Jacaré dos Homens estão desaparecidos ou foram vendidos sem processo de licitação. Para investigar esse caso, uma comissão especial foi criada por deputados da Assembléia Legislativa, que começa hoje a ouvir os primeiros depoimentos.
A comissão especial é presidida pelo deputado Antônio Albuquerque (PFL), e integrada pelos deputados Marcos Ferreira (PMN), Alves Correia (PMN), Francisco Tenório (PMN) e Dudu Albuquerque (PSB).
A sessão foi atrasada pelo deputado Gilberto Gonçalves, que pediu a extinção da comissão especial, por ilegalidade na sua forma de criação. “Não sou contra a fiscalização, mas nesta casa existem regimentos internos. Essa comissão não pode existir”, explicou.
Para o presidente da comissão, Antônio Albuquerque, o deputado Gilberto Gonçalves não conhece o regimento da Assembléia. “A comissão tem a finalidade de investigar o que de fato ocorreu com a tubulação. O que nós sabemos é que não houve licitação. Vamos investigar, ouvir depoimentos, fazer um relatório final e se necessário, abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito”, afirmou.
Depois de discussões no plenário, que também suscitaram denúncias de vantagens eleitorais no Programa do Leite e Luz no Campo, o presidente da casa, Celso Luiz, abriu votação da questão no plenário, que, com exceção do deputado Gilberto Gonçalves, foi unânime em aprovar a investigação da comissão especial.
“Nós estamos defendendo um órgão público de Alagoas e queremos a aspiração dos fatos”, disse Celso Luiz.
A comissão especial iniciou as oitivas hoje, com o ex-presidente da Casal, Marcos Carnaúba, que foi exonerado do cargo logo depois da descoberta do caso. De acordo com o deputado Antônio Albuquerque, outros diretores da companhia serão ouvidos e a comissão tem um prazo de 90 dias para investigar o desaparecimento da tubulação.