As fraudes bancárias andam trazendo dor de cabeça aos brasileiros. O país já é terceiro em número de fraudes, revela uma pesquisa da Unisys que ouviu 8.339 pessoas em oito países. No Brasil, 9% dos clientes de bancos já sofreram os chamados " roubo de identidade " – fraudadores roubam dados bancários dos clientes (na internet, em caixas eletrônicos ou via clonagem de cartões) e realizam saques, pagamentos e transferências entre contas-correntes.
O Brasil perde apenas para Estados Unidos e Reino Unido em fraudes. Outro dado revela que 70% dos entrevistados se preocupam " muito " com o problema. Apesar disso, 63% não estão dispostos a pagar mais tarifas bancárias para ter maior nível de proteção e outros 65% dizem não ter intenção de mudar de banco para ter uma melhor proteção. Já 8% afirmam que estariam " muito dispostos " .
Mesmo sem querer mudar de banco ou pagar mais por maior proteção, 84% dos brasileiros responderam que gostariam de receber mais informações dos bancos sobre segurança nas transações.
Para Armando Netto, diretor de serviços para o mercado financeiro da Unisys Brasil, a pesquisa revela diferenças significativas entre os países, mostrando que os bancos têm que ter uma estratégia também diferenciada.
O Brasil, por exemplo, é o único país entre os oito pesquisados onde as pessoas se preocupam com a segurança pessoal quando descobrem o roubo de informações como senha ou número de cartões de crédito, segundo resposta de 36% dos entrevistados. Nos outros países, o maior temor é da perda do dinheiro (que aqui, é a quarta preocupação).
A pesquisa da Unisys revela também o baixo uso dos serviços bancários pela internet. Apenas 18% disseram usar o banco online. Quando se consideram pessoas de maior nível de renda o percentual sobe para 36%. Ainda assim abaixo do México, onde 57% dizem usar o " internet banking " . Para Netto, algumas explicações para o baixo uso no Brasil estão ligados às diferenças regionais e o ainda restrito acesso à internet. " Se a pesquisa fosse feita só em São Paulo, o número seria bem maior " , diz.
Esta é a primeira pesquisa mundial deste tipo feita pela Unisys, empresa especializada em serviços e soluções de tecnologia da informação. As entrevistas foram realizadas em oito países – Estados Unidos, Alemanha Reino Unido, França, Brasil, Hong Kong, México e Austrália – entre os dias 8 e 22 de agosto. No Brasil, foram ouvidos 1.500 pessoas de 18 a 60 anos.