Os manifestantes do Movimento Sem Terra (MST) estão cobrando uma reunião com os representantes do Governo Estadual e a cúpula da Secretaria de Defesa Social para discutir um plano de ação para conter os conflitos agrários que acontecem em Alagoas. De acordo com o dirigente José Carlos da Silva, só este ano foram mortas 18 pessoas. Segundo ele, nenhum dos mandantes foi preso.
“Esperamos que a Polícia Civil apure e coloque os responsáveis na cadeia. Queremos Justiça e a prisão destes dois homens, para que se chegue aos mandantes, que podem ser os fazendeiros daquela região. Este caso tem que servir de exemplo, porque, hoje são os sem-terra, mas amanhã podem ser os jornalistas, os estudantes e qualquer membro da sociedade, pois a violência nasce da impunidade e cabe a Polícia Civil coibir estes acontecimentos”, colocou o dirigente.
José Carlos destacou ainda que o movimento social é ameaçado até por autoridades “que não são todas, mas que ficam subservientes a alguns poderosos”. “Nós continuamos a nossa luta. Os companheiros que doaram suas vidas e as tiveram ceifadas pelos criminosos, o fizeram por uma causa justa”.
Sepultamento
O corpo de Jaelson Melquíades será liberado no fim da manhã de hoje. O velório – segundo José Carlos da Silva – será em Atalaia, no povoado de Ouricuri, onde fica o assentamento. “Nós o sepultaremos lá também”, comunicou o dirigente. Segundo José Carlos, a esposa de Melquíades ainda está em estado de choque e a base de medicamentos. “Estamos todos revoltados com o que aconteceu. É um absurdo sem tamanho o clima de insegurança ao qual estamos submetidos”.