“Nós queremos que o candidato chegue diante da TV e diga a que veio”, prosseguiu Velloso, manifestando-se totalmente contrário ao financiamento público direto das campanhas eleitorais.
O trecho que lemos acima, extraído do jornal “Tribuna de Alagoas”, reproduz literalmente uma declaração do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Velloso.
A construção da frase motiva um comentário sobre o uso da locução prepositiva “diante de”. Que significa “estar diante de alguma coisa”? Está diante de algo quem está na frente de algo. Ora, a levar em conta o que foi dito pelo ministro, o candidato deverá postar-se na frente da TV e explicar (talvez ao aparelho!) qual é a sua plataforma política…
Brincadeiras à parte, o fato é que, na linguagem oral, nem sempre nos atemos ao uso preciso da linguagem. A situação de emprego da frase geralmente nos conduz à interpretação desejada. No momento, todavia, em que aparece registrada por escrito, a construção chama a atenção do leitor e aponta para o seu sentido literal.
Abaixo, uma sugestão para reformular o texto. Convém lembrar que o complemento circunstancial de lugar que se segue ao verbo “chegar” é introduzido pela preposição “a”.
“Nós queremos que o candidato chegue à TV e diga a que veio”, prosseguiu Velloso, manifestando-se totalmente contrário ao financiamento público direto das campanhas eleitorais.