O ex-líder iraquiano Saddam Hussein se recusou a voltar para o tribunal nesta quarta-feira para o terceiro dia de seu julgamento na capital do Iraque, Bagdá.
Ele vem reclamando constantemente de que está sendo tratado injustamente.
A abertura da audiência foi atrasada nesta quarta-feira, após o juiz ter se reunido com advogados de defesa e acusação para discutir as ameaças do ex-presidente de boicotar o julgamento.
De acordo com a lei iraquiana, o julgamento pode prosseguir mesmo sem a presença do réu.
Massacre
Ao final dos trabalhos de terça-feira, Saddam disse ao juiz que estava exausto e afirmou: "Eu não vou voltar a um tribunal injusto. Vá para o inferno!"
O juiz havia negado o pedido feito pela defesa na terça-feira para que o intervalo entre as sessões fosse maior.
Segundo um correspondente da BBC, Saddam deve acompanhar o julgamento de um circuito interno de TV, podendo intervir quando julgar necessário.
O julgamento vem apresentando incidentes diários desde que começou na segunda-feira.
No primeiro dia, os advogados da defesa se retiraram após a recusa do juiz de ouvir suas considerações sobre a legalidade da corte e fornecer maior proteção ao time de defesa, mesmo depois que dois advogados terem sido mortos.
Saddam Hussein e sete antigos membros de seu regime são acusados da morte de 148 muçulmanos xiitas em Dujail em 1982, após um atentado contra o ex-presidente.
Os oito acusados negam as acusações. Se forem condenados, eles estarão sujeitos à pena de morte.