PF investiga presença de nazistas no Brasil

Após receber um alerta da Interpol, a Polícia Federal começou a investigar a presença do nazista Alois Brunner no Brasil. Brunner foi condenado à prisão perpétua na França, em 2001, por mandar 340 crianças judias para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Segundo a PF, o alerta da Interpol dizia que o nazista entrou no Brasil nesta semana. A polícia não quis divulgar seu possível paradeiro no país para não prejudicar as investigações.

Nesta sexta-feira, o site do jornal israelense "Haaretz" publicou uma reportagem dizendo que o nazista –que hoje estaria com 95 anos– mora em Salvador, mas estaria de férias em Lucerna, na Suíça.

A reportagem do jornal israelense entrou em contato com o suspeito na noite de quinta-feira,8, que negou ter ligações com Brunner. Por telefone, o homem disse ter nascido na Suíça no ano de 1939.

Segundo a agência de notícias France Presses, trata-se de um homônimo. A agência afirma que um porta-voz da polícia confirmou o encontro de indícios da passagem de um homem chamado Alois Brunner em Lucerna. Este Brunner, no entanto, tem 66 anos, é cidadão suíço e mora no Brasil.

Trajetória

Segundo o "Haaretz", Brunner teria vivido na Síria durante 40 anos com o nome falso de Georg Fischer, antes de vir para a América do Sul.

Durante a Segunda Guerra, Brunner foi assistente do criminoso nazista Adolf Eichmann, comandante que organizou a deportação dos judeus para os campos de concentração, preso em 1960 por agentes israelenses e condenado à morte em Israel, em 1962.

Logo após o fim da Segundo Guerra, diz o "Haaretz", Brunner escapou da Alemanha e foi para a Síria pelo Egito. Ele tentou entrar na França em 1945, onde é procurado pelas autoridades até hoje. No início da década de 90, começaram a surgir várias informações de que ele teria chegado à América do Sul.

Interpol

As suspeitas sobre a presença de Brunner no Brasil surgiram em maio passado, depois que autoridades francesas disseram que havia indícios de que o nazista estaria vivendo em território brasileiro.

No Brasil, a Interpol é representada pela Polícia Federal.

As únicas pistas do nazista são mutilações. Em 1961, ele perdeu um olho, ao ser atingido por uma carta-bomba quando morava na Síria. Dezenove anos depois, outra carta bomba arrancou três dedos. Os atentados teriam sido realizados pelo Mossad (serviço secreto de Israel).

Fonte: Folha Online

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