Um acordo assinado hoje (9) pelo Brasil, a Argentina e a Venezuela durante a 29ª Reunião de Cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu, instituiu uma comissão que irá analisar, nos próximos 30 dias, a viabilidade de um gasoduto de cerca de oito mil quilômetros de extensão, unindo os três países.
De acordo com o ministro brasileiro de Minas e Energia, Silas Rondeau, a comissão vai avaliar o custo da obra, o potencial de mercado de cada país e o interesse de abastecimento a países vizinhos, como o Uruguai, por exemplo. "O gasoduto será como uma espinha dorsal, que poderá significar a independência energética dos países", afirmou, ao destacar a importância estratégica da obra, que permitirá a integração entre as reservas de gás da região. "Ele garantirá que o gás da América do Sul fique na América do Sul".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a obra como "extraordinária" e fundamental para garantir, por "muitos anos", a independência energética dos países sul-americanos.
No encontro, o Brasil também firmou outros dois acordos na área de energia elétrica. O primeiro com a Venezuela, cujo objetivo é ampliar a integração de novos sistemas de transmissão que possam dar vazão à energia produzida nas hidrelétricas da região. O segundo com a Argentina, para que as empresas dos dois países adaptem os montantes de exportação de energia elétrica da usina AES Uruguaiana e do complexo de transmissão de Garabi, ambas localizadas no Rio Grande do Sul.
