Autoridades penitenciárias dos EUA executaram na madrugada desta terça-feira Stanley Tookie Williams, 51, o ex-líder da gangue Crips que matou quatro pessoas em 1979 e que não conseguiu clemência do governador Arnold Schwarzenegger.
A execução por injeção letal na Penitenciária Estadual de San Quentin, norte de San Francisco, ocorreu após um esforço desesperado, mas fracassado, para reabrir o caso. O réu repudiou o período de sua vida ligado à gangue durante os 24 anos em que passou no corredor da morte.
O caso gerou amplo interesse e debate sobre a pena de morte nos EUA, porque Williams dizia que tinha mudado e escreveu uma série de livros advertindo as pessoas contra as gangues.
Seus simpatizantes argumentavam que tais esforços mostravam que o prisioneiro virou outra pessoa na metade da vida que passou na prisão. Mas Schwarzenegger e outros disseram que seus protestos contínuos alegando inocência negavam qualquer reivindicação de que ele havia se redimido.
"Stanley Williams insiste em dizer que é inocente, e que ele não vai e não deveria se desculpar pelos assassinatos das quatro vítimas neste caso", escreveu Schwarzenegger na segunda-feira, ao negar a clemência.
"Sem um pedido de perdão e uma reparação por essas mortes brutais e sem sentido, não pode haver redenção."
"Baseado no peso das provas, não há razões para uma segunda revisão da decisão do júri de culpa ou para levantar dúvidas ou reservas graves sobre a condenação de Williams e a sentença de morte."
O reverendo Jesse Jackson, defensor dos direitos civis, disse que contou na tarde de segunda-feira a notícia de que o governador Schwarzenegger havia negado clemência, enquanto Williams se reunia com vários simpatizantes na prisão.
"Ele disse ‘Não chorem, vamos continuar fortes"’, afirmou Jackson à Reuters.
"Não sou o tipo de pessoa que fica sentada se preocupando com o fato de que vai ser executada", disse Williams à Reuters no mês passado. "Tenho fé e se não for do meu jeito, não foi do meu jeito."
Williams foi condenado em 1981 pelo assassinato de Albert Owens, que estava deitado no chão de uma loja de conveniência 7-Eleven durante um assalto. Duas semanas depois, Williams matou a tiros um casal de imigrantes tailandeses idosos que administrava um motel, além da filha deles, que estava visitando.