O esforço do governo de Alagoas para diminuir os baixos números do Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI) tem sido positivo. Isso porque o Estado foi o que, proporcionalmente, mais avançou no IDI entre 1999 e 2004, ficando à frente de 22 estados, mesmo ainda sendo o último na classificação geral, resultado de décadas de políticas governamentais equivocadas, que fomentaram o aumento da exclusão social.
A conclusão foi anunciada nesta quarta-feira, pelo representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para Alagoas, Pernambuco e Paraíba, Fábio Attanásio, durante apresentação do documento “Situação da Infância no Brasil e no Mundo”, distribuído simultaneamente em todo o país.
A apresentação ocorreu na sede do Ministério Público Estadual (MP) e contou com a participação do procurador-geral de Justiça, Coaracy Fonseca, e representantes de várias instituições. Com o estudo, o IDI de Alagoas saiu de 0,406 em 1999, para 0, 473, em 2004.
A conclusão do Unicef sobre o IDI avaliou índices de vários institutos de pesquisa e metodologia do país, levando em conta os seguintes fatores: escolaridade da mãe e do pai; crianças com vacina em dia; consultas do pré-natal; acesso à pré-escola e atendimento pré-escolar, englobando saúde, educação, igualdade e proteção a crianças de 0 a 6 anos de idade.
“Alagoas ficou à frente de vinte e dois estados brasileiros nos índices de pré-natal e acesso à pré-escola em 2004, melhorando muito a situação do Estado, já que em 1999 a situação era muito ruim, deplorável. Os esforços empreendidos até 2004 apontam um avanço significativo, mesmo Alagoas ainda estando em último lugar no índice geral do IDI”, informou Fábio Attanásio.
O representante do Unicef explicou que, proporcionalmente, Alagoas aumentou os investimentos em áreas como educação e saúde em relação a outros 22 estados do Brasil, mas isso ainda não foi o suficiente para atingir a faixa de 0,5, considerada o ponto de partida para um avanço mais significativo do índice.
A evolução do IDI, acrescentou Attanásio, foi positiva em todo o Nordeste, mas a região ainda lidera os índices negativos. “Isso significa que em estados como Alagoas os investimentos do governo devem ser permanentes e vigilantes, porque os avanços devem continuar e os resultados tendem sempre a melhorar”, completou.
Os municípios que mais evoluíram no IDI, avaliando-se todos os fatores do estudo do Unicef entre 1999 e 2004 foram Traipu, Canapi, Olivença, São Miguel dos Milagres, São José da Tapera, Branquinha, Girau do Ponciano, Jacaré dos Homens, Poço das Trincheiras e São José da Laje.
Outra informação positiva para Alagoas é que no item “Atendimento Pré-escolar”, entre crianças de 0 a 6 anos, as cidades que mais se destacaram, em conjunto com outras no país, estão São Miguel dos Milagres, Minador do Negrão, Olho d’Água das Flores, Branquinha, Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa e Traipu.
Parte da melhoria no IDI, dentro da política de investimentos do governo de Alagoas para melhorar os índices na infância, deve-se à adesão ao Pacto para o Semi-Árido, programa desenvolvido pelo Unicef para melhorar o quadro social dos municípios inseridos na região. O governador Ronaldo Lessa foi um dos primeiros a assinar o pacto, durante um encontro de governadores em Minas Gerais, em 2004. Pelo pacto, os municípios que mais investirem em políticas públicas para a infância receberão um selo do Unicef.