A Unidade de Emergência Armando Lages é pioneira no nordeste a desenvolver o projeto Hospital Sentinela, com o objetivo de notificar os casos de vítimas de acidentes de trabalho. No primeiro mês, os registros mostraram que os homens são as maiores vítimas, com 94,8% dos casos.
O hospital realizou 174 atendimentos, a vítimas de acidentes de trabalho, no mês de novembro. Os registros foram feitos pela Seção de Saúde Ocupacional, que notificou grande incidência – 42,5% do total – do atendimento a homens, com idade entre 21 e 30 anos. Em segundo e terceiro lugar, estão homens de 31 a 40 anos (25,8%) e de 41 a 50 anos (13,2%).
Em relação às mulheres, foram atendidas apenas nove, a maioria (5,1%) com idade entre 21 e 30 anos. “Os dados são passados direto para o Ministério da Saúde, que realizará analises para definir ações para prevenir acidentes de trabalho”, explica a coordenadora da Seção de Saúde Ocupacional da UE, Adeísa Maria Toledo Lyra.
O relatório também mostra os tipos de acidentes sofridos. Entre eles, a maior incidência é de lesão no olho (29,8%), seguida por cortes e contusões (18,3%) e fraturas e entorses (13,2%).
Rede Sentinela
O projeto está em fase de testes para cumprir a determinação da portaria 777, do Ministério da Saúde, de 28 de abril de 2004, que prevê a criação de pelo menos 130 Centros de Referência Estaduais e Regionais de Saúde do Trabalhador – Cerest e Crst – em todo o país. Essas unidades especializadas desenvolverão ações de saúde do trabalhador e divulgarão o projeto, construindo uma Rede Sentinela do Sistema Único de Saúde para diagnóstico, assistência e vigilância em saúde do trabalhador.
“O projeto piloto foi implantado no mês de novembro e estará em fase de testes até o início do próximo ano, provavelmente em fevereiro. Já em março, a Rede Sentinela dever ser implantada em hospitais de todo o país”, disse Adeísa Lyra.
A Rede Sentinela é organizada a partir da entrada do paciente no sistema de saúde e será estruturada com base nas ações de acolhimento, notificação e atenção integral ao paciente.
Segundo o Ministério da Saúde, no sudeste existem 43 hospitais onde o projeto foi implantado, com unidades em efetivo funcionamento em 36 municípios. Além deles, há outros nove centros habilitados, com unidades em funcionamento provisório ou em fase de instalação, em nove municípios.
Quando o projeto for efetivado no país, a previsão é que mais 16 unidades hospitalares de Alagoas implementem o sistema, nas cidades de Maceió, União dos Palmares, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia, Penedo, Arapiraca, Pão de Açúcar, Santana do Ipanema e São Miguel dos Campos.