O senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado e do Congresso Nacional, assumirá oficialmente a candidatura à sucessão do governador Ronaldo Lessa (PDT) no começo de março; é isto o que ele tem confidenciado aos amigos mais próximos.
A reação de Renan em assumir publicamente a candidatura ao governo do Estado é estratégica; ele trabalhava com as possibilidades de sair candidato a vice-presidente de Lula, na disputa pela reeleição, ou do prefeito de São Paulo, José Serra, que deverá ser o candidato a presidente pelo PSDB.
Quadro mudou
A possibilidade de compor na chapa majoritária do PT tornou-se impossível pelas circunstâncias do desgaste do governo Lula e, principalmente, pela divisão do PMDB. O grupo liderado pelo deputado Michel Temer exige a candidatura própria do partido – na verdade, visa a composição com o PSDB.
Cada uma dessas possibilidades tinha implicações para o senador alagoano; ele não acredita, hoje, na reeleição de Lula e a chance de sair vice-presidente na chapa do PSDB seria descartada pela necessidade de o candidato tucano se juntar a um candidato a vice-presidente pernambucano, para neutralizar o candidato do PT.
Mudou
A recente pesquisa sobre a disputa majoritária mostrou que o nome do senador desponta na preferência do eleitorado com larga margem de vantagem sobre o segundo nome mais citado, o do deputado João Lyra (PTB). Era exatamente a disputa com João Lyra a que mais incomodava o senador – os dois chegaram a se encontrar, mas Renan não assumiu que era candidato.
O resultado da pesquisa mudou a decisão de Renan, que pretendia segurar o anúncio da sua candidatura por mais tempo. Além disso, o fato de o governador Ronaldo Lessa ter-se posicionado em defesa da sua candidatura – e Lessa precisa do apoio de Renan no Superior Tribunal Eleitoral – também influiu; no começo de março Renan assumirá oficialmente a candidatura ao governo do Estado.
