Ricardo Ivecson Santos Leite, o Kaká, 23, meia do Milan (ITA) e protegido do técnico Carlos Alberto Parreira, desembarca hoje em São Paulo para desempatar o placar a favor do time dos casados contra os dos solteiros titulares da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2006.
O ex-são-paulino vai se casar às 19h com a estudante Caroline Celico, 18, filha de Rosangela Lyra, diretora-geral da grife francesa Christian Dior no Brasil, em cerimônia evangélica na sede da Igreja Renascer em Cristo, no Cambuci, em São Paulo.
Ao dizer "sim", Kaká se juntará ao goleiro Dida, o lateral-direito Cafu, os zagueiros Juan e Lúcio e o volante Zé Roberto na equipe dos casados que buscarão o hexacampeonato na Europa.
O clube dos solteiros passará a ser minoria. Conta com o lateral-esquerdo Roberto Carlos, o volante Emerson e o atacante Ronaldo, ambos recém-separados, mais o meia-atacante Ronaldinho e o atacante Adriano.
Em contrapartida, esta seleção que irá à Alemanha será a com menor número de titulares casados desde a Copa dos EUA, em 1994, quando o time contava com dez maridos em campo. Naquela época, só o zagueiro Márcio Santos era solteiro, mas estava noivo.
No Mundial seguinte, em 1998, na França, se repetiu o número de casados –a exceção foi Ronaldo, noivo da modelo Suzana Werner, com quem rompeu após a final.
Quatro anos mais tarde, na Copa da Coréia e do Japão, o número de maridos diminui de dez para oito e o de solteiros saltou –ganhou a adesão dos volantes Gilberto Silva e Kléberson, mais do meia-atacante Ronaldinho.
Para Jorginho, lateral-direito tetracampeão do mundo, o fato do número de casados vir diminuindo nas seleções das últimas Copas é reflexo da sociedade atual.
"O jogador não é bonito, mas tem muito dinheiro. Se ele não gosta mais da mulher, larga e pega outra mais nova. O problema é que ele não será amado como antes", disse Jorginho, 41, referindo-se ao número de jogadores solteiros e, principalmente, separados do base titular da próxima Copa.
Casado há 25 anos com a mesma mulher, com quem tem quatro filhos, Jorginho fala que um dos fatores que corroboraram para chegar ao tetra foi ter uma seleção quase inteira de casados.
"Isso foi positivo. Era um grupo consciente e responsável pelo fato de ter uma mulher em casa e até filhos", disse Jorginho, presidente dos Atletas de Cristo.
E apesar de o casamento de Kaká ser evangélico, as cerimônias de união da Igreja Renascer têm uma liturgia bastante semelhante à católica. A diferença é que costumam ter mais músicas que os da religião mais difundida no Brasil. A música fica por conta do grupo gospel Renascer Praise, que tem em seu coral a noiva de Kaká.
Leitura de trechos da Bíblia, que nem sempre acontecem na união católica, também estão previstos para a cerimônia de hoje, que será presenciada só por 600 convidados, apesar de o local comportar 3.000 pessoas –imprensa e curiosos terão de ficar de fora.
Dentre os convidados: o holandês Seedorf, que é casado com uma brasileira, Ronaldo e Roberto Carlos, o prefeito José Serra e o governador Geraldo Alckmin, que é amigo da família de Kaká.
O noivo usará terno da Giorgio Armani, grife italiana da qual é garoto-propaganda. A noiva virá de vestido da Dior.
