Um estudo divulgado pela publicação científica British Medical Journal nesta sexta-feira indica que soluções geralmente empregadas para curar a ressaca na verdade não resolvem o problema.
Após analisar tratamentos convencionais e à base de ervas, a equipe de pesquisa da Peninsula Medical School, de Plymouth, na Inglaterra, disse que "não encontrou evidências convincentes" de que eles tenham alguma eficácia.
Os pesquisadores também disseram que só a abstinência e consumo de bebidas alcoólicas em moderação pode prevenir a dor de cabeça e o mau estar.
Na Grã-Bretanha, um país conhecido pelo grande número de bares, estima-se que as ressacas causem um prejuízo de mais de R$ 8 bilhões por ano em salários não pagos a cada ano, principalmente por ausência no trabalho.
Decepção
Os estudiosos analisaram oito diferentes produtos usados para combater a ressaca: propranolol, tropisetron (para náusea e vertigem), ácido tolfenâmico (analgésico da mesma família da aspirina), frutose ou glicose, suplementos alimentares à base de borragem (um tipo de erva), alcachofra e palma-de-espinho e um produto à base de fermento.
Os pesquisadores disseram que apenas encontraram "resultados encorajadores" sobre a utilização da borragem, produtos de fermento e ácido tolfenâmico.
Edzard Ernst, professor da Peninsula Medical School, disse: "Nós realizamos nosso próprio, e bem agradável, estudo para ver se o extrato de alcachofra é uma cura eficaz para ressaca."
"Pode ter sido divertido fazer (a experiência), mas os resultados foram terrivelmente decepcionantes. Nós examinamos outras pesquisas sobre remédios à base de ervas e de uso comum oferecidos nas farmácias."
"Mas eles não funcionaram. E a única coisa que se pode fazer em relação à ressaca e deixar o corpo se curar sozinho e aprender a lição que a natureza nos dá: não repita a experiência ou faça isso em moderação."