O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, acredita haver diversos sinais que indicam "um ano de forte crescimento em 2006" para o país. Ao ser questionado sobre suas expectativas para a economia brasileira no próximo ano, Palocci demonstrou otimismo. "O cenário é muito consistente com o nível de crescimento próximo de 2004", disse.
Em 2004, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,2%, na maior taxa de crescimento anual desde 1994. No mesmo ano, o PIB per capita evoluiu 3,7%, também no melhor desempenho desde 94. "Vamos crescer fortemente em 2006", completou.
Para justificar a previsão de que 2006 tenha um bom desempenho econômico, Palocci -que participou de encontro na manhã desta sexta-feira com a imprensa para avaliar o ano de 2005- citou a performance do mercado de capitais. Conforme disse, houve um aumento de 100% nas emissões primárias de ações e debêntures.
"As empresas estão se financiamento com seus próprios instrumentos", afirmou o ministro, citando que a movimentação, segundo informação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foi de cerca de R$ 70 bilhões, o dobro da do ano anterior.
"Nada indica obstáculo ao crescimento", afirmou, citando também fatores como a renda real do brasileiro em crescimento e as contas externas equilibradas, além da inflação controlada.
Apesar das previsões para 2006, vale lembrar que o desempenho da economia em 2005 deve ficar aquém do esperado pelo mercado financeiro e pelo próprio governo.
Em pesquisa referente a dezembro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento, reduziu de 3,5% para 2,3% a previsão para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005.
A revisão também se estendeu a 2006, quando o Ipea aguarda uma expansão de 3,4% da soma de riquezas produzidas pelo país, contra estimativa de 4% traçada pelo instituto anteriormente.
Os dados, divulgados no início deste mês, foram uma resposta imediata à queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre deste ano, comparativamente aos três meses anteriores.