O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), classificou a explosão de uma bomba caseira na rua 25 de Março (centro) de "ato terrorista assassino", nesta segunda-feira. O movimento na região, conhecida pelo comércio popular, caiu. Duas vítimas continuam internadas.
"Esse é um ato terrorista assassino. A gente tem que se perguntar quem tem interesse nisso, não é verdade? Por que quem tem interesse de fazer um ato terrorista dessa natureza é bandido."
No domingo (25), ao comentar o caso, Serra reafirmou a suspeita de que a explosão tenha sido efetuada pela chamada máfia do contrabando em retaliação às operações de combate à prática que a PF (Polícia Federal) promoveu em diferentes centros populares de compras da cidade.
"Há a hipótese de gente ligada à máfia do contrabando, mas, até agora, não temos provas públicas concretas a esse respeito."
O delegado-titular Roberto Bueno Menezes, do 1º DP (Sé), afirma que as investigações estão em andamento, mas que ainda não surgiram evidências sobre a identidade dos autores ou sobre a motivação do atentado.
O artefato foi produzido com um extintor de incêndio e pregos, de acordo com a Polícia Civil. Foi detonado por volta das 16h e destruiu a lixeira em que estava e parte de um semáforo. Os objetos estão sendo submetidos a exames periciais.
Compras
No dia seguinte à explosão, véspera de Natal, o movimento na 25 de Março frustou as expectativas. Cerca de 500 mil pessoas estiveram na região, segundo a GCM (Guarda Civil Metropolitana), enquanto a previsão inicial era de um milhão.
Vítimas
Mônica Coutinho dos Santos, 19, uma das vítimas da bomba, recebeu alta na manhã desta segunda-feira, com o filho recém-nascido. Ela deu à luz na madrugada de sábado (24), após o incidente.
Outro filho dela, Richard Coutinho dos Santos, 2, permanece internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital do Mandaqui (zona norte) com trauma no pulmão.
Internada no HSPM (Hospital do Servidor Público Municipal), Mona Lisa Fagundes do Nascimento, 21, saiu do coma no domingo (25), mas ainda corre risco de morte. A vítima foi atingida por estilhaços da bomba e sofreu traumatismo craniano.