O incêndio que destruiu o Cheiro da Terra, na praia de Jatiúca, pode ter sido provocado. Pelo menos é o que afirmam alguns comerciantes que trabalham no local. Eles dizem que o Cheiro da Terra estava divido em duas correntes: os que queriam permanecer no local e os que estavam desejosos de que o mercado de artesanato funcionasse no Alagoinha, na Pajuçara.
Apesar da informação ter surgido e o diretor geral da Polícia Civil, Robervaldo Davino, ter ido ao local do incêndio, nada foi confirmado pelo Corpo de Bombeiros. Conforme o coronel Nunes, responsável pela operação, o laudo só ficará pronto em 30 dias. “Acredito que o aconteceu aqui foi uma falha nas instalações elétricas. Não creio em incêndio criminoso, mas isto só a perícia vai determinar”, colocou.
De acordo com Nunes, havia gambiarras (instalações elétricas precárias) no local que foram feitas sem autorização prévia. Indagado sobre falhas na inspeção do Corpo de Bombeiros, Nunes explica que “certas ações nós só identificaríamos se fiscalizássemos todos os dias”. Davino explicou – quanto à possibilidade do incêndio ser criminoso – que se houver algum culpado “a Polícia Civil vai chegar até ele”.
“Nossa preocupação agora é ajudar a apagar o incêndio. Não temos porque levantar suspeitas neste momento. Vamos procurar apagar o fogo primeiro e depois, quando estiver pronto o laudo, verificar os resultados. Se houver crime, nós vamos apurar com toda a responsabilidade que a lei exige”, disse Davino.
Outra hipótese
Ainda de acordo com outro funcionário, ontem à noite foram feitas novas instalações elétricas no local, sem autorização da Companhia Energética (Ceal), nem do Corpo de Bombeiros. Esta instalação errada é que teria provocado o foco do incêndio, nas barracas que ficam vizinhas ao Restaurante Água Doce.
“O fogo começou logo cedo. Há riscos de explosão e eu temo por meu restaurante, por isto estou aqui. O fogo começou bem próximo a minha cozinha”, explicou Gabriel Marci, proprietário do Água Doce.
Bombeiros
O Corpo de Bombeiros enfrentou um grande problema para apagar o fogo: a falta de equipamento e água. Apenas uma viatura – das duas disponíveis – pode ir até o local do incêndio. Algumas mangueiras estavam rasgadas e faltou água, tanto que a Defesa Social teve que providenciar dois caminhões-pipa para auxiliar nos trabalhos.
“Acho que há casos, onde a desgraça tem que acontecer, para que sejam tomadas as devidas providências. Os bombeiros estão em dificuldade e precisam de novos equipamentos”, declarou o coronel Nunes, que reconheceu as falhas e disse que “o Corpo de Bombeiros é – atualmente – deficiente”.
Proprietário
O advogado do empresário Eduardo Robot esteve no Cheiro da Terra para acompanhar a atuação do Corpo de Bombeiros. O advogado declarou que o proprietário do centro de artesanato encontra-se internado devido a uma crise hipertensiva.
Segundo o advogado, tanto Robot quanto seus familiares mais próximos estão abalados com o incêndio, mas se recusam a especular sobre quais seriam as causas do fogo.