Segundo informações do Corpo de Bombeiros vai demorar pelo menos 30 dias para que se aponte as causas do acidente que destruiu o mercado de artesanato Cheiro da Terra, na manhã de ontem. De acordo com o coronel Luiz Antônio – responsável pelo laudo pericial – o local será interditado enquanto a corporação estiver colhendo dados para determinar o que provocou o incêndio.
Na manhã de hoje, o coronel esteve no local, juntamente com o major Paulo Marques e o capitão Jaques Emerson, para dar início aos trabalhos. Não foi permitido que os artesãos entrassem no local com os escombros, por dois motivos: riscos de desabamento e para não prejudicar as investigações. A informação da interdição do local pegou os comerciantes de surpresa, pois muitos queriam reaver parte do que tinha perdido.
“Estou aqui para pelo menos conseguir pegar minhas ferramentas. Mesmo que consigam outro local para a gente trabalhar, sem o meu material não adianta nada, pois sou um artesão. Só sei viver disto”, colocou James Araújo, que trabalhava no Cheiro da Terra há pelo menos nove anos. “O pior é que eu paguei vários meses de aluguel adiantado”, complementou.
Conforme o coronel, o resultado da perícia pode até sair antes. “É possível, mas não quero adiantar nada, para não correr o risco de dar informações erradas. Estamos trabalhando para tentar concluir o mais rápido possível. Caso realmente seja constatado a versão de incêndio criminoso, nós repassaremos o laudo para a Polícia Civil. É bom ressaltar que o nosso trabalho é apenas detectar a causa do incêndio”.
Neste momento, uma equipe do Corpo de Bombeiros se encontra no local do incêndio recolhendo e analisando material. Alguns artesãos também estão no local para tentar reaver material. Muitos comerciantes insistem na hipótese do incêndio criminoso e chegam a acusar o empresário Eduardo Robot.
O coronel Luiz Antônio disse que já ouviu dois comerciantes sobre o ocorrido. “Nós ainda vamos escutar mais pessoas. Espero que possa tomar o depoimento do Eduardo Robot ainda esta semana. Os artesãos que já ouvi estivam no local no momento do incêndio”. Luiz Antônio não quis revelar o teor da conversa.