O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) registrou em 2005 uma inflação de 1,21%, segundo pesquisa divulgada hoje pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Trata-se da menor taxa da história do indicador, calculado desde 1989. Até então, a menor alta havia sido apurada em 1998, quando o IGP-M registrou variação positiva de 1,78%. No ano passado, o IGP-M registrou elevação de 12,41%.
O resultado ficou abaixo das previsões de analistas do mercado financeiro. Segundo o último Relatório de Mercado, organizado pelo Banco Central junto a instituições financeiras, a expectativa era de uma taxa positiva de 1,26% para o ano de 2005. Para 2006, os analistas projetam uma alta no IGP-M de 4,55%.
O IGP-M é usado como indexador de contratos de aluguel, tarifas de serviços públicos e preços monitorados. Para o consumidor, o resultado deste ano deve se traduzir em percentuais menores de reajustes nos contratos de aluguel.
Os preços no atacado foram os principais responsáveis pelo recuo da inflação neste ano. O IPA (Índice de Preços do Atacado) acumulou queda de 0,96% nos preços em 2005, enquanto o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) avançou 4,98% no ano.
No atacado, as maiores quedas registradas pelo IPA no ano foram verificadas nos grupos matérias-primas brutas (-7,99%), produtos agrícolas (-6,42%) e bens intermediários (-2,28%).
Já a inflação do varejo em 2005, medida pelo IPC, foi pressionada pelo aumento nos gastos com transportes (9,56%), educação, leitura e recreação (5,72%), saúde e cuidados pessoais (5,59%) e habitação (5,10%).
O INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) registrou variação positiva de 6,84%. A alta anual foi pressionada pela variação dos gastos com mão-de-obra (8,97%) e materiais e serviços (5,04%).
Dezembro
Em dezembro, o IGP-M registrou deflação de 0,01%%, contra a alta de 0,40% apurada em novembro.
O IPA registrou uma deflação de 0,27%, após a alta de 0,40% apurada em novembro. A maior queda foi verificada no item bens intermediários, com deflação de 1,06% –contra uma alta de 0,26% medida em novembro.
O IPC verificou em dezembro uma alta de 0,52%, maior que a elevação de 0,46% registrada no mês anterior. Os gastos com educação, leitura e recreação (0,57%) e habitação (0,25%) foram os que mais contribuíram para a aceleração do índice de preços no varejo em relação a novembro.
A alta no grupo educação, leitura e recreação foi influenciada pela alta dos itens show musical (4,36%) e hotel (1,81%).
Já os gastos com habitação foram puxados pelo avanço de preços medido no item tarifa de eletricidade residencial (1,69%).
Em dezembro, o INCC apresentou uma taxa de 0,38%, 0,09 ponto percentual superior à alta de 0,29% medida em novembro. Essa variação foi influenciada pelas altas verificadas nos grupos serviços (0,16%) e mão-de-obra (0,57%). No grupo materiais, o índice apresentou alta de 0,21%.