A tarifa de ônibus é o preço administrado que mais pesou de janeiro a novembro do ano passado, segundo pesquisa da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae). Em Maceió, os dois reajustes provocaram protestos dos estudantes.
Até o mês de janeiro do ano passado, a população da capital alagoana pagava R$ 1,25 por cada viagem nos transportes coletivos. Depois do aumento, o valor passou a ser R$ 1,45, que vigorou na cidade até o dia 4 de novembro.
Este último reajuste, publicado em Diário Oficial em um decreto assinado pelo prefeito Cícero Almeida mudou os custos da passagem para R$ 1,60 – dez centavos a menos do valor aprovado pelo Conselho Municipal de Transporte e pela Câmara dos Vereadores.
Os estudantes realizaram várias manifestações e protestos – inclusive o que depredou parte da sede da prefeitura – para impedir que o aumento fosse sancionado, mas eles não tiveram êxito.
Pesquisa
A tarifa de ônibus também foi o preço administrado que mais cresceu nos anos de 95, 98, 2001 e 2003. A pesquisa considera preços administrados aqueles regulados por órgãos governamentais – como tarifas de energia, telefone, ônibus, gasolina e planos de saúde.
Pelo estudo, entre maio de 1995 e novembro do ano passado, os preços administrados subiram quase quatro vezes mais que os preços livres – que não têm nenhum tipo de regulação, como alimentos, roupas e eletrodomésticos. Somente até novembro do ano passado, os preços administrados cresceram 8,38%, contra 4,02% dos preços livres.
A Saea critica a falta de periodicidade ou índice definido para reajuste das tarifas. Os aumentos de tarifa estão vinculados ao custo do serviço e, como conclui o relatório, estão sujeitos a variações do "ciclo político". "Em geral, nos anos de eleição municipal, há prefeituras que deixam de reajustar as tarifas de ônibus urbanos", diz o documento.
Com informações da Agência Brasil