O assassinato de Acioli Neto, 52, mais conhecido como “Vovô”, é mais um enigma para a Polícia Civil, que ainda não conseguiu instaurar o inquérito sobre as mortes dos pistoleiros Fernando Fidélis e Cícero Belém – e tem outro problema para resolver; “Vovô” trabalhava para o deputado estadual João Beltrão (PTB) e estava sendo processado por homicídio em Tocantins.
Igual ao assassinato de Cícero Belém, os matadores de Acioli Neto chegaram, atiraram e sumiram sem deixar rastro; as testemunhas no máximo afirmaram que foram três homens que atiraram no “Vovô”. Somente Fernando Fidélis, que foi morto dentro do presídio Baldomero Cavalcanti, tem o matador identificado, mas a versão inicial de que o crime deveu-se à dívida com drogas não tem consistência.
TESTEMUNHAS
Juntamente com o ex-soldado PM Garibaldi, o pistoleiro Fernando Fidélis havia se tornado informante do Ministério Público; ele apontou os “chefões” das gangues de assaltantes de bancos e cargas em Alagoas, indicando os nomes de dois políticos com mandatos – coincidência ou não, desde então nunca mais foi registrado assalto a banco em Alagoas.
Considerando que, desde 1998, todos os anos pré-eleitorais bateram recorde de assaltos a bancos, sem que a polícia tivesse conseguido desvendar pelo menos um desses crimes, a tranqüilidade que se registra agora confirma as informações passadas por Fidélis e Garibaldi. Setores do Ministério Público não têm dúvidas de que a morte de Fidélis está relacionada à decisão de ajudar a esclarecer os crimes em Alagoas.
A morte de Acioli Neto é o terceiro enigma e o inquérito deverá se juntar ao de Cícero Belém – a família de Belém, além do esclarecimento do crime, cobra também a devolução de R$ 44 mil dos R$ 50 mil que ele transportava, quando foi assassinado.