Após a cerimônia de honras fúnebres na Base Aérea de Brasília, o corpo do general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, 57, encontrado morto no último sábado no quarto do hotel onde morava, em Porto Príncipe (capital do Haiti), seguiu na manhã de hoje para o Rio de Janeiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e primeira-dama, Marisa Letícia, participaram da cerimônia, além dos três comandantes militares, os ministros da Defesa, José Alencar, da Segurança Institucional, Jorge Félix, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o embaixador do Haiti no Brasil, Antonio Fénelon.
A chegada do corpo do militar ao Rio está prevista para as 11h, quando ocorrerá outra cerimônia de honras fúnebres. O enterro, previsto para hoje, será no cemitério Memorial do Carmo.
O corpo do general chegou ontem à Base Aérea de Brasília e foi levado ao IML (Instituto Médico Legal), onde foi embalsamado.
Em nome do presidente Lula e do ministro da Defesa, o comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque, elogiou Bacellar ao afirmar que ele era "um soldado por vocação, profissional capaz, que deixa em todos nós a dor pela perda precoce, irreparável e difícil de ser aceita".
Albuquerque disse ainda que com a morte de Bacellar não só sua família perdeu mas o Exército e, principalmente, o Brasil. Segundo ele, esta perda vai estimular o trabalho do Exército no que se refere à sua atuação nas forças de paz. "A missão será cumprida. Nós não abateremos."
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que participou da cerimônia, também lamentou a morte de Bacellar e afirmou que esteve no Haiti em setembro com o general, que, segundo ele, fazia "um trabalho exemplar".
Buarque disse ainda que não sentiu por parte do general qualquer tipo de arrependimento por ter assumido o comando das tropas no Haiti.