Aumento no preço dos alimentos eleva inflação nos primeiros dias do ano

O brasileiro começou o ano gastando mais para se alimentar. Um levantamento divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que nos primeiros dez dias de janeiro os produtos agrícolas tiveram um aumento médio no preço de 1,60% e motivaram o crescimento da inflação. Nos dez primeiros dias de dezembro, a variação no preço dos alimentos registrou baixa de 0,22%. Isso significa que o produto comprado pelo consumidor no supermercado no início de dezembro ficou mais caro no início de janeiro. Entre os produtos com maior variação nos preços entre primeiro e dez de janeiro, estão a soja (5,74%), a mandioca (12,73%), os ovos (9,04%) e o leite (1,60%).

O preço dos alimentos é utilizado para o cálculo do Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), número utilizado para medir a inflação. De acordo com a FGV, houve um aceleramento da inflação nos 10 primeiros dias do ano. Foi registrada uma taxa de variação nos preços de 0,40% ante 0,06% do mesmo período de dezembro.

O IPA, por sua vez, cresceu e ficou em 0,43%, contra uma taxa negativa de 0,07% do mês anterior. Entre os produtos que compõem esse índice, os de bens finais, como alimentos in natura, a taxa de variação passou de 0,39% em dezembro, para 0,82% em janeiro. As matérias-primas brutas, que reúnem os preços de alimentos com soja, milho, tomate, aipim e bovinos, a taxa de variação passou de 0,34% no primeiro decêndio de dezembro, para 0,41% em igual período de janeiro. Os bens intermediários, que agregam produtos como combustíveis e lubrificantes, variou de – 0,34% para – 0,08%.

Os gastos com educação, leitura e recreação também contribuíram de forma significativa para o aumento da inflação, registrando variação de preço de 1,96%. Os três setores fazem parte dos cálculos utilizados para medir o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que também forma o IGP-M. A taxa de variação do IPC nos primeiros dias de janeiro acelerou 0,07 ponto percentual, passando de 0,34% para 0,41%. Parte do IPC, o preço de artigos de higiene e cuidado pessoal também aumentou, saindo de uma taxa negativa de 1,30% em dezembro, para 0,40% em janeiro.

O preço dos materiais de construção foi um dos poucos a não aumentar no início deste mês. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que responde por 10% do IGP-M, registrou redução de 0,08 ponto percentual em sua taxa de variação no primeiro decêndio de janeiro, na comparação com o mesmo período de dezembro. Ela passou de 0,21% para 0,13%. O IGP-M dos dez primeiros dias de janeiro mede o comportamento dos preços entre famílias do Rio e de São Paulo, com renda mensal de um a 33 salários mínimos. Foi apurado entre os dias 21 e 30 do mês anterior e 20 ao de referência.

Fonte: Agencia Brasil

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