Alagoas ganha destaque nacional no desenvolvimento de projetos educacionais mais uma vez. Agora, uma equipe de jornalistas do Ministério da Educação (MEC) desembarcou em Maceió para conferir de perto e registrar a experiência realizada pelo Programa de Formação de Professores em Exercício (Proformação) e Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
Nos próximos dias 16 e 17, eles vão à Escola Estadual Rocha Cavalcante, em União dos Palmares, conferir a formação de 18 professores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O Estado é o único do país a realizar essa experiência.
“O Proformação é desenvolvido por meio de uma parceria entre o MEC, o Estado e a prefeitura, mas, no caso dessa turma, estão envolvidos o Incra, que garante o financiamento; a Fundepes, que gerencia; e a Ufal, que cuida da parte pedagógica”, explica a assessora do MEC em Alagoas, Ana Carolina Coutinho.
As aulas desta turma tiveram início há um ano e meio, e a proposta é garantir a formação específica desses educadores, para atuar em salas de aula de alfabetização de jovens e adultos nos assentamentos e acampamentos do Movimento em Alagoas. Assim, são utilizados os recursos do Proformação, que contam com momentos presenciais e à distância.
Os professores que participam da formação têm o acompanhamento de três tutores, sendo um deles integrante do MST. São provenientes de assentamentos e acampamentos localizados nos municípios de Girau do Ponciano, Atalaia, Maragogi e da região de União dos Palmares. Os educadores contam também com o acompanhamento da Ufal, que é feito não somente na formação, mas também nas turmas de alfabetização.
Proformação
Este deverá ser o último ano de realização do Proformação em Alagoas. De acordo com Ana Carolina, a razão é simples: não há mais demanda no Estado. O Proformação tem a duração de dois anos. “Até hoje, o programa já formou 821 professores em todo o Estado e temos mais 151 educadores em formação”, informa Cristine Lúcia Ferreira, coordenadora do programa no Estado.
O curso é semi-presencial, ou seja, alterna momentos de formação em sala de aula com outros de estudo à distância. Para Cristine, o Proformação tem uma grande importância na melhoria da qualidade de ensino, além de garantir o cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), promulgada em 1996.
“A LDB determinou que até 2006 não deveriam existir professores leigos atuando na rede pública. Entretanto, o governo federal entendeu que esta meta não poderia ser atingida em tão pouco tempo e prorrogou o prazo. As prefeituras e os Estados, no entanto, devem se empenhar em possibilitar a qualificação aos seus docentes”, enfatiza a coordenadora do Proformação.
Para a gerente, à medida que essas pessoas – que têm o dom de ensinar, mas não possuem formação específica para isso – participam de um curso, elas estão se qualificando para uma melhor atuação em sala de aula. “E com a melhoria da qualidade de ensino, há uma redução nos índices de evasão e repetência”, reforça. O curso tem a duração de dois anos e é oferecido gratuitamente.