A previsão do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, é que a queda no preço do álcool nas usinas, fruto do acordo entre governo e produtores, deve chegar às bombas dos postos de combustíveis ainda esta semana. "Estamos detectando por que essa redução ainda não chegou aos postos. A razão mais tratada é que havia estoque na mão das distribuidoras aos preços anteriormente praticados", avaliou. "Então, é preciso construir esses estoques para que o reflexo do preço na usina surja na bomba. E acho que isso está por acontecer", acrescentou.
Na semana passada, o governo federal fechou um acordo com os usineiros para reduzir o preço do álcool anidro (usado na mistura com a gasolina, na proporção de 25%) de R$ 1,08 para R$ 1,05 para as distribuidoras.
Segundo o ministro, o ministério não sabe o preço pelo qual o álcool foi comprado pelas distribuidoras, mas, há uma diretriz para que o consumidor não seja prejudicado. "Talvez tenha sido adquirido a preços mais altos do que estavam sendo praticados antes do acordo. O Ministério das Minas e Energia vai convocar as distribuidoras e postos para começar nesta semana ainda", informou.
Sobre a elevação de aproximadamente 4,5% no preço do álcool nas bombas apontada na pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em cidades como Brasília e São Paulo, Rodrigues disse que, no âmbito das usinas de açúcar e álcool, o acordo foi implementado e os preços caíram abaixo do nível que foi combinado com os produtores, "não havendo nenhuma razão para que os preços na bomba subam".
Para a Federação Nacional do Comércio de Combustível e de Lubrificantes (Fecombustível), não houve aumento do preço do álcool como foi divulgado pela ANP. A assessoria de imprensa da entidade informa que foi enviado um ofício ao ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, no qual a Fecombustível nega que o aumento do preço do álcool hidratado constatado pela ANP, seja conseqüência da margem de lucro das distribuidoras.
De acordo com o presidente da entidade, Luiz Gil Siuffo Pereira, o aumento pode ter acontecido devido ao período de entressafra e em decorrência de uma maior demanda por veículos biocombustíveis (que usam tanto álcool como a gasolina).