“Quem concorda com a mudança é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que defende o adiamento das prévias para o final de março. A estratégia permitiria até lá encontrar um nome de consenso que, na sua opinião, não seria nem Rigotto e nem Garotinho.”
O fragmento reproduzido acima foi extraído de notícia publicada no “Jornal do Comércio”, do Rio Grande do Sul.
Observe que o redator empregou duas conjunções coordenativas aditivas em seqüência. Dito de outra forma, a palavra “nem” significa “e não”, daí a inutilidade da conjunção “e” na construção acima.
Normalmente, não se usa o “e” antes do “nem”. Excetue-se, todavia, um caso, que merece comentário. Se a primeira oração do período for afirmativa, será possível aparecer a conjunção “e” antes da palavra “nem”, a qual não será uma conjunção aditiva, mas um advérbio de negação. Assim: “Passou por mim [oração afirmativa] e nem me cumprimentou”. Nessa frase, a palavra “nem” funciona como advérbio de negação e tem valor enfático (“nem sequer”).
Se as orações forem ambas negativas, não caberá o “e” antes do “nem”. Assim: “Não estuda nem trabalha”.
No trecho selecionado para o comentário de hoje, aparece o par “nem… nem”, que jamais admitirá a presença do “e”.
Veja, abaixo,o texto corrigido:
Quem concorda com a mudança é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que defende o adiamento das prévias para o final de março. A estratégia permitiria até lá encontrar um nome de consenso que, na sua opinião, não seria nem Rigotto nem Garotinho.
